Reforma política, uma gambiarra eleitoral armengada

Congresso trabalha para deixar tudo como está. O que os deputados chamam de reforma política, na verdade não passa de um ‘armengo’ para salvá-los da degola.

Jornalista Jayme Modesto

No momento em que o mundo político se encontra na berlinda, acossado por denúncias de corrupção, seria razoável esperar que os políticos se empenhassem mais do que nunca para demonstrar à opinião pública, que ainda têm algum compromisso com o povo e com o país, e não somente com seus próprios interesses.

Contudo, quando se observa o que está sendo feito com a urgente e imprescindível reforma política, constata-se, infelizmente, que há parlamentares realmente indiferentes ao destino do país, preocupados que estão somente em legislar em proveito próprio ou de poderosos e apadrinhados.

Em um assunto cuja desfaçatez dificilmente será superada, isso depois do deputado petista Vicente Cândido relator da reforma eleitoral, ter sido obrigado e excluir do texto, por pressão externa o dispositivo que impediria a prisão de candidatos até oito meses antes da eleição, dispositivo que sorrateiramente ele mesmo havia incluído no texto, propositalmente para salvar Lula.

O gargalo da gambiarra está sendo o financiamento de campanha, se será público ou privado e o sistema de votação. No caso do financiamento, a proposta traz uma imoralidade, 3.6 bilhões para financiar as campanhas deles com dinheiro dos nossos impostos.

No segundo caso, o ‘Distritão’ serve apenas para favorecer os velhos caciques e os grandes partidos e como tábua de salvação para os políticos que estão encrencados com uma enxurrada de denúncias na Lava Jato, favorecendo os medalhões desses partidos que manteriam seus mandatos na Câmara, assegurando a sobrevivência política e, sobretudo, o foro privilegiado para enfrentar as acusações.

Na verdade, o que acho mesmo, é que estão procurando uma forma de perder menos benesses e privilégios. É a imagem deste país devastado e explorado por uma classe política interesseira, desmoralizada, sem credibilidade, cujo patriotismo deixa muito a desejar. Para os outros, nós povo, mortais indefesos que trabalhamos pagamos os nossos impostos, elevadíssimos, é sempre pouco, mas para eles, os intocáveis, os eleitos, sabe-se lá, porque divindade, sacodem a água do capote, com mil desculpas mais as leis que os protegem para tentarem levar a água ao seu moinho e continuarem no seu caminho leves e impunes.

 

 


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