Uma visita a fábrica da famosa Cachaça Baiana Bacana

Jayme Modesto

A tradicional cachaça brasileira é o quarto destilado mais fabricado no Brasil e também uma das bebidas mais apreciada pelos brasileiros.  Mas se engana quem pensa que é fácil à fabricação dessa bebida de forma correta, atendendo as exigências que preconiza o Ministério da Agricultura. A produção de cachaça artesanal inclui várias etapas e é cheia de detalhes.

Para o produtor da Cachaça Baiana Bacana, Lindauro Mota Nunes, a sua fabricação é uma verdadeira obra de arte, pois a bebida carrega características do seu produtor.

Lindauro ficou quase duas horas nos detalhando e explicando como funciona todo processo, saímos convencidos de que é realmente um processo trabalhoso e delicado e requer dedicação como é o caso dele, um apaixonado pelo que faz. Lindauro explica que o primeiro passo é a seleção da cana, como tudo que é artesanal. A cachaça Baiana Bacana se destaca por não receber aditivos químicos e guarda consigo, alguns segredos aplicados em cada etapa de sua produção. A seleção da cana, sua matéria-prima principal, é uma delas. O teor de açúcar e a facilidade de fermentação do caldo são os critérios mais avaliados. Colhida manualmente, a cana não é queimada, prática que precipita a sua deterioração.

Depois de colhida, a cana é limpa cortada e moída e deve ser num prazo máximo de 36 horas, conforme explica o produtor. As moendas, engenhocas que facilitam o processo, separam o caldo do bagaço, que é usado juntamente com outros resíduos para alimentação das vacas de leite.

O caldo é decantado, filtrado e preparado para receber nutrientes. Logo em seguida, ele é levado às dornas de fermentação através de uma tubulação de inox, a mais de 50 metros.

Cada cana carrega um teor de açúcar diferente. Assim, é preciso padronizar o caldo e depois adicionar as substâncias nutritivas que vão manter a vida do fermento e transformá-lo num produto com graduação alcoólica, através da ação das leveduras agentes fermentadores naturais.

As salas de fermentação precisam ser arejadas e ter uma temperatura ambiente em torno dos 25°, explica Lindauro. O envelhecimento é a etapa final do processo de produção da cachaça, é a fase em que se aprimora a sua qualidade, sabor e aroma. Dessa forma, até a característica da madeira que armazena o líquido influencia e dá personalidade à bebida.

Conforme Lindauro os toneis de Inox, não alteram a cor da cachaça. Já o carvalho, a umburana, o cedro, entre outras madeiras, deixam o destilado com uma cor mais amarelada e mudam o seu aroma. O tempo também vai dizer se a cachaça vai ficar mais ou menos suave, adocicada ou perfumada. Segundo Lindauro, um tonel com capacidade de 250 litros, ao final de dois anos só se aproveita 200 litros, 50 litros exalam através da madeira.

Depois de envelhecida, a cachaça está pronta para ser engarrafada, rotulada, comercializada e consumida.

Tivemos a grata satisfação de conhecer todo esse processo de produção da cachaça Baiana Bacana, ainda contar com a costumeira receptividade do seu produtor Lindauro Mota, além de termos sidos presenteados com três litros da mais fina e saborosa cachaça do Oeste da Bahia, Baiana Bacana, depois de saboreamos um feijão tropeiro com torresmo e mandioca frita no café da manhã. Tivemos também a oportunidade de conhecer a sua criação de Javali, Galinhas comum e de Angola e a produção de leite totalmente mecanizada.

  


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