Eleição em Muquém pode ser anulada pela segunda vez

Fonte A Tarde On Line | Foto Rejane Carneiro

A nova eleição para prefeito em Muquém do São Francisco, oeste da Bahia, prevista para o dia 7 de abril, corre o risco de ser novamente anulada. Pela segunda vez consecutiva, somente Evandro Guimarães (PT), o Vandim, teve o registro de candidatura validado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

A do adversário Márcio Mariano (PP) foi  indeferida pelo juiz da 173ª Zona Eleitoral, Pedro Henrique Izidro da Silva, na última quinta-feira. O quadro eleitoral é o mesmo das eleições de outubro de 2012, que foram anuladas pelo Ttribunal Superior Eleitoral (TSE).

No pleito de outubro,  Mariano teve a candidatura impugnada e o petista Vandim venceu as eleições com 100% dos votos válidos. Porém, o TSE decidiu pela anulação do pleito de outubro. É que a maioria  dos votos (53%) havia sido destinada a Mariano, cujo registro estava indeferido.

Vandim teve menos da metade dos votos totais (a soma de válidos, nulos e brancos) e perderia a eleição com 45,94% caso a candidatura do adversário fosse válida.

Na eleição de outubro de 2012,  o registro de Mariano foi cassado pelo TRE e TSE  porque o candidato não apresentou a certidão criminal de 2ºGrau da Justiça Federal. Nessa semana, o juiz eleitoral Pedro Henrique Izidro da Silva atribuiu a Mariano a responsabilidade pela anulação das últimas eleições, por não ter apresentado a mesma certidão.

Com base no artigo 219 do Código Eleitoral, o juiz  entendeu que o candidato não poderia ser beneficiado com o cancelamento de uma eleição que ele mesmo provocou. “… admitir sua participação no pleito que se aproxima constituiria um prêmio para quem deu causa à anulação da eleição, viabilizando que se beneficie diretamente de algo que provocou, (…)”, diz um dos trechos da decisão.

Mariano entrou com um recurso na tarde da última sexta-feira e  acusa o juiz de perseguição política. “Eu nunca ia provocar a impugnação da minha candidatura de propósito. O juiz está me perseguindo. Ele demorou para dar o parecer das candidaturas. O prazo  era dia 18 e ele só  publicou a decisão dia 21 porque os eleitores ameçaram incendiar o fórum”.

A confusão na cidade acirrou os ânimos da população local  e deixou em  alerta o procurador eleitoral Sidney Madruga. “Tomei conhecimento de ameaças de queima do fórum da cidade e  impedimento da eleição. Na quinta-feira, solicitei reforço da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública. Não é com violência que se resolvem questões eleitorais. Tem que recorrer à Justiça e aguardar”. O procurador informa que o risco de anulação só não existirá se Mariano conseguir uma liminar deferindo a candidatura ou a coligação escolher outro candidato para substituí-lo.


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