Violência: Sem culpados, ou todos culpados?

Precisamos pensar e meditar um pouco sobre o tema, ainda que sem a pretensão de apresentar soluções, mas com o único intuito de despertar para a importância do assunto e para a gravidade da questão, que estar por todos os cantos, nas escolas, lares, no trânsito, nas estradas, ou seja, em volta dos seres humanos, à violência é esperada. Aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de refletir a respeito, não se preocupem que talvez quando a violência tiver na sua porta você irá se perguntar: porque tanta violência?

Késia Neres/acadêmica do 5° semestre do curso de psicologia

A questão em foco interessa não somente aos agentes nela diretamente envolvidos como: professores, policiais, psicólogos, advogados, pais, cuidadores, promotores de justiça e magistrados, mas também a todos os atores sociais. É mais que urgente que a população seja despertada para a gravidade e o elevadíssimo crescimento da violência, e a sua consequente banalização, caso esse artigo não te ajude a se livrar de qualquer tipo de violência, vamos continuar esperando que as autoridades nos livrem de todos os males, ou seja, como muitos preferem só esperar no criador, então sendo assim, você não é responsável 100 % pela violência que te envolve. O melhor é investir numa nova geração, que desde pequeno aprenda a respeitar o ser humano como algo precioso, para que conheça a paz naqueles que em seus lares deveriam inspirar a humanização como processo de civilização da sociedade.

O que fomenta a violência na sociedade são pais e cuidadores de crianças, que não demostra a vital humanização no labutar destes infantes sem dar a grande importância ao respeito devido para formar uma nova geração, que porvir irá conviver com os seus ensinamentos, para Serge Moscovici, as trocas simbólicas infinitamente desenvolvidas em nossos ambientes sociais; de nossas relações interpessoais, e de como isto influência na construção do conhecimento compartilhado, da cultura, o que nos leva a situar o autor supracitado entre os chamados interacionistas simbólicos.

A questão do crescimento da violência atingindo hoje, inclusive as pequenas cidades e por consequência, o alto índice de homicídios é por demais complexos e exige uma análise de natureza econômica, políticos, jurídicos e criminológicos.

É também inútil a busca de culpados, de bodes expiatórios a quem se pudesse atribuir a responsabilidade por tal situação. Os meios de comunicação e a opinião pública, muitas vezes de maneira superficial e reducionista, atribuem esse crescimento da violência simplesmente a fatores de ordem sociológica e a desumanidade das metrópoles, o choque de valores decorrentes da migração urbana, também a fatores econômicos, o desemprego e a pobreza, outros falam da impunidade, a ineficácia das leis, a ineficiência da polícia, a lentidão do Poder Judiciário e do Ministério Público, por exemplo.

Todavia, nenhum destes fatores, isoladamente considerado, pode justificar uma elevação tão grande do índice de homicídios em todo país. Estamos assistindo a todo o momento e ao vivo, a ação de bandidos atirando e matando cidadãos inocentes, ruas e praças cheias de jovens e crianças se drogando enquanto isso, a população vive acuada e encarcerada em seus próprios lares. 

Repito, a questão é extremamente complexa, e, consequentemente, a diminuição da violência depende não só do aprimoramento do Poder Público e de suas Instituições, mas principalmente de uma tomada de posição de toda a sociedade, que deve proferir um decidido “não” contra a violência, no campo das ideias e na vida concreta cobrando das autoridades ações efetivas.

Com otimismo construiremos uma realidade mais saudável, faz-se necessário que se reconheça a atual situação, a violência verbal, física ou psicológica começa em casa, no que concerne à violência contra as pessoas seja, ela criança ou adulta.    .

E, o que é mais preocupante, tal escalada de violência acaba por anestesiar a sensibilidade social para com a vida humana, pode-se dizer que, infelizmente, hoje em dia um homicídio é considerado como algo normal. E não é normal, a supressão violenta da vida de um ser humano nunca pode ser considerada algo normal.

Uma questão séria acabou virando uma rotina, aceitar um cuidador agredir, ameaçar, ou colocar de castigo uma criança virou uma atitude de violência que é para muitos uma questão cultural, será que essa naturalidade inibe a violência nas ruas? Como diz minha mãe, o bom costume começa em casa, os castigos físicos só fazem com que as crianças aprendam a se submeter aos seus efeitos psicológicos e de não se implicar com as possibilidades da punição que era, e é de práxis na nossa sociedade, mesmo as pequenas agressões geram reservas psicológicas, o que faltam aos pais e cuidadores é começar a transformação da sociedade em casa.


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