Bradesco Saúde ameaça descredenciar médicos e eles recorrem ao Procon-BA

Médicos que há cerca de 80 dias paralisaram atendimentos pelo Bradesco Saúde, reivindicando reajuste nos valores pagos por consulta, procuraram o Procon devido à ameaça de descredenciamento pela operadora, ontem pela manhã. O órgão vai pedir esclarecimentos da empresa de saúde e adotar medidas administrativas legais para o caso.

Já na próxima sexta-feira (19), às 8h20, os médicos têm uma nova audiência na Justiça do Trabalho, 31ª Vara, localizada no Comércio.

A categoria decidiu se reunir com o Procon na presença de representantes da Defensoria Pública, Ministério da Saúde, Ministério Público,  Conselho Regional de Medicina(Cremeb) para fazer a denúncia sobre a ameaça de descredenciamento dos médicos da Bradesco Saúde  e sobre os já descredenciados da Sul América, informou a diretora do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindmed), Débora Angeli, também presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos.

“É arbitrário, há médicos com 15 anos na operadora, há uma relação de confiança e não ficar pulando de médico a médico. Com isto, o cliente vai ter dificuldade de consultar com especialistas, estão reduzindo a rede e quem sofre é o usuário”, lamentou a médica.

Nesta reunião no Procon, de acordo com a diretora do Sindmed, conversaram sobre  a operadora estar se antecipando à Lei 13003 que só entra em vigor em janeiro. “Vai ter critérios para se credenciar e eles estão fazendo credenciamento. Não pode reduzir o quadro sem substituição de outro profissional e deve aplicar um índice de reajuste”, explicou.

Angeli disse que a categoria solicitou medida cautelar em relação aos honorários e critica as operadoras, alegando que têm condições de repassar reajuste para os médicos. “Quando recebem aumento têm capacidade financeira para fazer reajuste. Por exemplo, vão receber R$ 145 e vão repassar R$ 73. Os usuários que estão sofrendo, pois são tratados como um comércio”, afirmou a médica, acrescentando que a operadora disponibiliza aos médicos 22% do seu faturamento.

A paralisação dos médicos começou em 25 de junho passado por falta de reajuste nos valores pagos por consulta. O Sindimed entrou com uma ação contra a seguradora, na qual  o plano teria que pagar indenização de R$ 6 milhões por danos à sociedade.

Fonte: Tribuna da Bahia


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