Primeira leva de vacina do ebola deve chegar à Libéria nesta sexta-feira

Remessa será a primeira a chegar em um dos países mais afetados.
Ela será usada nos primeiros testes de grande escala da vacina.

Voluntário Andrew Matzen recebe uma vacina de ebola experimental no Centro de Imunização Clínica e Medicina Tropical de Oxford, na Inglaterra, em 16 de janeiro (Foto: Reuters/Eddie Keogh)

O primeiro carregamento da vacina experimental para o ebola produzida pela farmacêutica GlaxoSmithKline foi enviado à África Ocidental e deve chegar à Libéria no final desta sexta-feira (23), informou a empresa britânica.

Na quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto de ebola na África Ocidental, o pior já registrado, parece estar regredindo, mas alertou contra o relaxamento. A epidemia causou 21.724 casos em nove países desde que começou na Guiné há um ano, e cerca de 8.641 pessoas morreram.

A remessa inicial de 300 ampolas de vacina da GSK será a primeira a chegar a um dos três países africanos mais afetados pela doença, afirmou a farmacêutica em comunicado.

Ela será usada nos primeiros testes de grande escala da vacina nas próximas semanas, e os agentes de saúde que ajudam a cuidar de pacientes do ebola estarão entre os primeiros a recebê-la.

Os pesquisadores esperam inscrever até 30 mil pessoas na fase de testes durante as próximas semanas, um terço dos quais devem receber a vacina da GSK.

O medicamento, co-desenvolvido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) e pela Okairos, empresa de biotecnologia comprada pela GSK em 2013, está sendo usado atualmente em testes de segurança de fase 1 na Grã-Bretanha, nos EUA, na Suíça e no Mali, com cerca de 200 voluntários.

“Os dados iniciais da fase 1… são encorajadores e nos dão confiança no progresso nas próximas fases… que irão envolver a vacinação de milhares de voluntários, incluindo agentes de saúde atuando na linha de frente do combate”, disse Moncef Slaoui, responsável do setor de Vacinas Globais da GSK.

A vacina usa um tipo de vírus congelado de chimpanzé para fornecer material genético seguro da cepa de ebola do Zaire, responsável pela nova epidemia no oeste africano.

Dados mostram que a vacina é segura para humanos, incluindo a população da região africana mais atingida, e em uma variedade de dosagens, informou a GSK, que já escolheu a dose mais apropriada para o teste na Libéria.

Slaoui enfatizou que o remédio da GSK, assim como de outros candidatos, como os da colaboração entre a NewLink Genetics e a Merck, da Johnson & Johnson e da Bavarian Nordic, ainda encontra-se em desenvolvimento e não pode ser utilizado a até que se mostre seguro e eficaz.

Comentando o avanço contra o surto e as vacinas em desenvolvimento, Jeremy Farrar, diretor da instituição de caridade britânica Wellcome Trust, disse: “Este certamente não é o momento de… reduzir os esforços. Não há dúvida de que precisamos de novas vacinas e terapias para esta epidemia e tentar evitar e reagir às inevitáveis epidemias futuras.”

Fonte: G1 / Bem Estar


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