Barreiras: 125 anos de história

A cidade polo do Oeste baiano celebrou 125 anos de emancipação política

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Foto: Dircom

Cheilla Gobi

O município de Barreiras, localizado na região Oeste da Bahia completou no dia 26 de maio, 125 anos de emancipação e carrega um histórico de progresso e desenvolvimento. O crescimento da cidade levantou bairros inteiros e inúmeros prédios comerciais. O último censo do IBGE (2010) apontou que a população da cidade alcançou quase 138 mil habitantes. A população estimada em 2015 chega a quase 154 mil, com projeção de chegar a 160 mil moradores, aproximadamente no período de dez anos.

O município é um importante centro urbano, político, educacional, tecnológico, econômico, turístico e cultural da região Oeste da Bahia e junto às suas cidades circunvizinhas, compõe a maior região agrícola do Nordeste, com destaque também para a agricultura familiar presente no município, com destaque para a produção de frutas. Além de apresentar vocação para o agronegócio, Barreiras se tornou ainda cidade universitária, com funcionamento de pelo menos seis instituições de ensino superior, sendo duas públicas. Além dessas potencialidades, pode-se perceber também intensa atividade comercial abastecendo toda região num raio de 300 km.

Hoje, por força de seu grande desempenho nos setores do comércio e da prestação de serviços, Barreiras ocupa posição de destaque entre os maiores centros econômicos e populacionais do estado, e é uma das principais cidades da região nacionalmente conhecida como Matopiba. Barreiras é o décimo segundo município baiano mais populoso. Cortada pelo Rio Grande, principal afluente da margem esquerda do Rio São Francisco, a cidade é atravessada por três rodovias federais.

Escondida no cerrado baiano, Barreiras abriga também um paraí­so ecológico formado por rios, corredeiras, cachoeiras, veredas, serras e vales. Rio Grande, Rio das Fêmeas e ainda o famoso Rio de Ondas, margeado por cajueiros, pequis e palmeiras de buritis – além de balneários e hotéis.

As atrações do Rio de Janeiro são as cachoeiras, a do Acaba Vida, com 37 metros de queda d’água, é um dos cartões-postais, uma das mais belas paisagens da região e atrai inúmeros turistas, localizada a 1 km da BA 458, sentido Anel da Soja; assim como a queda do Redondo, com uma imensa piscina natural.

A cidade se expandiu, atraindo cada vez mais pessoas, a urbanização sem um devido planejamento teve como consequência vários problemas de ordem social, provocado pelo acúmulo de pessoas, e a falta de uma infraestrutura adequada. Barreiras é uma das cidades que mais cresce no Oeste, mas devido a falta de planejamento, apresenta hoje diversos problemas estruturais: como calçadas irregulares, ruas alagadas em dias chuvosos, dificuldades para o acesso a saúde pública, congestionamentos nos horários de pico, dentre outras questões.

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Foto Dircom

Um passeio histórico por Barreiras

A origem do município de Barreiras está relacionada à atividade pecuária extensiva, agricultura e ao comércio, através da navegação do Rio Grande, maior afluente a margem esquerda do Rio São Francisco.

A descoberta da mangabeira, árvore de cuja seiva se fazia a borracha, contribuiu para a formação do arraial Barreiras, elevado à freguesia, em 1881. Entreposto comercial nos de 1870, banhado pelo Rio Grande, o povoado de São João, depois chamado pelos goianos São João das Barreiras – devido às barreiras de pedras que impediam a navegação de prosseguir muito acima do porto, – cresceu rapidamente com a eminente exploração do látex da mangabeira. O preço da borracha subia, e a população migrava para a beira do rio, buscando participação e prosperidade.

Na década de 1890, o povoado virou cidade, e foi na Rua Humaitá, no porto do Rio Grande, que nasceu Barreiras, polo de desenvolvimento da região Oeste da Bahia.

A pedagoga e pesquisadora, Ignez Pitta é uma das personagens que acompanhou de perto o desenvolvimento da cidade, e nada foi esquecido da sua memória. São lembranças que recorda com muito carinho. Segundo ela, os primeiros moradores chegaram em embarcações e logo começaram a construção de casebres de taipa ou adobe. Começava a nascer Barreiras em 1891, na primeira de Barreiras. Muitos casebres já vieram abaixo com a degradação da margem, atualmente a arquitetura antiga deu lugar a construções mais modernas.

O desenvolvimento do município de Barreiras intensificou-se a partir da década de 1960, com a construção da Rodovia Salvador/Brasília (BR-242) e com a introdução da cultura de soja na região. Em 1961, o topônimo foi mudado para governador Antônio Balbino, pela Lei Estadual nº 1.459, cuja vigência depende da promulgação da Nova Divisão Territorial do Estado. No decorrer de sua história, Barreiras teve seu território desmembrado para formar os municípios de Baianópolis, Catolândia e São Desidério, em 1962.

No início do século XX, a agricultura e a pecuária continuavam a se desenvolver, com destaque para o crescimento da produção de algodão e mamona. Em 1928, com a implantação de uma hidrelétrica, a segunda da Bahia, Barreiras viveu uma época de grande prosperidade. A chegada da energia elétrica impulsionou as usinas beneficiadoras de cereais e algodão, possibilitou a instalação de uma fábrica de tecidos e fios de algodão e de um curtume industrial.

Preservar o estado do centro histórico

Barreiras_centroH1Muitos monumentos arquitetônicos centenários se encontram abandonados por toda extensão do Centro Histórico e em avançado processo de deterioração. Outros patrimônios de época foram demolidos para construção de prédios de arquitetura contemporânea que desfiguram o cenário histórico da cidade.

Recentemente, o prédio da Sertaneja foi reformado, reforma esta necessária. A historiadora defende sempre a restauração desses prédios antigos, tomando sempre o cuidado para não afetar a arquitetura do lugar.

Existe a lei para a preservação do Centro Histórico, de Nº 578/2003, que dispõe sobre a proteção do patrimônio histórico, artístico e natural do município e cria órgão competente. Ela foi aprovada pelos vereadores e sancionada pelo prefeito Antônio Henrique em seu mandato anterior, mas, infelizmente, ela jamais foi colocada em prática. Ela determinava que a Prefeitura criasse um órgão chamado Serviço ao Patrimônio Artístico Municipal, que ficaria responsável pelo estudo técnico. Caso uma casa tivesse as características necessárias, seria feito o tombamento. A lei fala do patrimônio arquitetônico, natural e imaterial, que são todos os costumes da sociedade. Mas nada disso foi feito até agora.

Sertaneja

Foto Cheilla Gobi

 Diversificação do comércio

Barreiras cresceu e a variedade de segmentos comerciais também, possibilitando cada vez mais à população encontrar o que precisa na própria cidade. Em processo de desenvolvimento, o município recebe a cada dia novos negócios. O fortalecimento das marcas locais e a vinda de novos estabelecimentos, inclusive de fora, são bem vistos pelos comerciantes.

“Barreiras nasceu do comércio, cidade polo do Oeste da Bahia, onde agrega povos de várias culturas brasileiras e que vieram tornar esta região o grande celeiro agrícola do Brasil é este polo comercial pujante que faz a alegria de todos. Morar aqui é um motivo de muita comemoração”, disse o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Barreiras (CDL), Carlos Henrique Souza Costa Filho.

Carlos Henrique acredita que a expansão do setor traga benefícios a todos os comerciantes. Segundo ele a descentralização e diversificação do comércio local fazem parte do crescimento da cidade e são positivas para os negócios. “Hoje, o comerciante local valoriza as marcas nativas orgulhando-se das mesmas quando aumentam seu território de vendas, provando que a marca barreirense tem qualidade e pode atingir outros mercados e sabe que a vinda de empresas de fora é algo inevitável, fazendo o comerciante a ficar mais focado e inovador buscando a melhoria do seu empreendimento”, explica o presidente destacando ainda que a descentralização e diversificação do comércio local fazem parte do crescimento da cidade e a classe comercial vê como pontos positivos para os negócios, necessários até para aumentar o faturamento.

Nesses 125 anos de Barreiras, a classe comercial comemora tudo o que foi construído até agora, otimistas com um futuro melhor para toda a classe comercial, principalmente para a população. “O comércio é o setor que mais emprega e gera renda no Brasil, evidente que a grande maioria das pessoas de uma cidade vive diretamente e indiretamente do comércio, consequentemente o comércio indo bem todos nós ganhamos com isso. Devemos olhar para o futuro com entusiasmo, mas principalmente com responsabilidade de saber que podemos todos juntos construir uma cidade melhor para as nossas famílias viveram com mais dignidade e qualidade de vida”, disse Carlos Henrique, frisando ainda que a CDL de Barreiras continuará sua luta em prol do comércio com ética, transparência e trabalho para sempre poder representar da melhor maneira os lojistas e buscar as melhores soluções para o comerciante.

Passos que Barreiras precisa dar para ser de fato uma cidade maravilhosa

O Jornal Gazeta do Oeste aproveitou o aniversário de 125 anos da cidade e convidou personalidades que atuam em áreas prioritárias para fazer uma reflexão sobre como Barreiras poderia melhorar. Entre as principais questões estão o saneamento, educação, saúde, infraestrutura, segurança e cultura.

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