Mudança na terapia padrão para câncer de pulmão beneficiará baianos

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 1.000 novos casos da doença devem ser registrados este ano

Imagem Reprodução

 

Taynara Duarte

São Paulo, 28 de junho de 2017  Um tempo maior de vida com qualidade graças à redução dos efeitos colaterais do tratamento. Esses são, de forma resumida, os maiores benefícios da mudança da terapia padrão – de quimoterapia para imunoterapia com o medicamento pembrolizumabe – para o câncer de pulmão do tipo de células não pequenas metastático (que já se espalhou para outras áreas).

O câncer de pulmão de células pequenas é o mais prevalente na população (cerca de 85% dos casos). Na Bahia, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que mais de 1.000 novos casos da doença sejam registrados este ano, cerca de 340 deles só em Salvador. Por isso, a mudança no padrão de tratamento da doença aprovada recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem animado os especialistas.

“Sem dúvida, a notícia representa um grande avanço no tratamento dessa doença. Entretanto, a imunoterapia com pembrolizumabe está indicado somente para quem tem alta expressão de uma proteína na parede da célula chamada PDL-1, o que ocorre em aproximadamente 25% dos pacientes”, explica Antonio Buzaid, coordenador do Centro Oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e um dos fundadores do Instituto Vencer o Câncer (Ivoc).

A decisão da Anvisa tem como base os dados apresentados durante o encontro anual da American Society of Clinical Oncology (Asco) realizado no início de junho em Chicago (EUA), conforme explica Carolina Kawamura, oncologista da BP que esteve presente ao evento e é especialista no tratamento no câncer de pulmão.

“O câncer de pulmão é uma doença grave e com alto potencial de agressividade. Essa medicação tem um mecanismo de ação inovador, pois estimula o sistema imunológico do próprio doente a combater o tumor. Nos casos com alta expressão de um marcador chamado PDL-1 o pembrolizumabe se mostrou mais eficaz do que a quimioterapia convencional, reduzindo o risco de morte em 40% por qualquer causa (quando comparados ao grupo que recebeu quimioterapia). Por isso, esta aprovação representa um enorme avanço no tratamento do câncer de pulmão, não só pela sua alta eficácia, mas também por proporcionar menos efeitos colaterais aos clientes, contribuindo para a melhor qualidade de vida”, destaca a especialista.


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