A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) divulgou, nesta quarta-feira (29), que foi confirmado o primeiro caso de febre amarela em macaco na capital baiana. O animal foi encontrado morto no bairro de Vila Laura. Outras duas notificações em macacos foram registradas na cidade de Alagoinhas, a 120 km de Salvador, no início do mês.
Por conta do caso no animal – que não é transmissor da doença -, a Sesab afirmou que, em conjunto com o município, definiu nova estratégia de combate ao controle do vírus em Salvador. Os detalhes das medidas serão apresentados em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira.
Segundo o último boletim da Sesab, até 14 de fevereiro deste ano, foram notificados 14 casos suspeitos de febre Amarela em oito municípios (1- Itiúba; 4 – Coribe; 1- Itamaraju; 1- Mucuri; 1- Nova Viçosa; 3 -Teixeira de Freitas; 1- Ilhéus; 1- Feira de Santana; 1- residente no estado de Alagoas).
A Sesab informou que dois foram descartados laboratorialmente em Mucuri e um Teixeira de Freitas. Doze casos permanecem em investigação. Os residentes de Coribe e Itiúba são da zona rural.
Macaco não transmite doença
O macaco não é transmissor da febre amarela. A morte do animal, segundo especialistas, deixa o alerta sobre a incidência da doença na região e possibilita ações dos governos para evitar epidemias.
A febre amarela tem duas formas de transmissão: a silvestre e a urbana. Os casos que estão sendo registrados no país estão relacionados à forma silvestre. O nome tem a ver com o fato de que as situações ocorrem em regiões rurais ou de mata. Neste contexto, os transmissores são os mosquitos Haemagogus ou Sabethes. Quando os mosquitos picam um macaco doente, eles [mosquitos] se tornam capazes de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem.
Na forma urbana da febre amarela, que está erradicada no Brasil desde 1942, a doença é transmitida pelo Aedes Aegypti, que hospeda o vírus ao picar um animal infectado e pode contaminar humanos. A boa notícia é que isso não aconteceu ainda, de acordo com o Ministério da Saúde e os médicos entrevistados.
Apesar da diferença entre as formas silvestre e urbana, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção.
Interior da Bahia
Após dois macacos morrerem por conta de febre amarela silvestre no início do mês, em Alagoinhas, localizada a 120 km de Salvador, 16 animais foram encontrados mortos no município, com sinais de violência e envenenamento, até o dia 17 de março, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A suspeita é de que moradores matem os animais com medo da doença.
Em Alagoinhas, 100 mil doses da vacina contra a doença estão disponíveis para a população. Os moradores chegaram a fazer filas em praças da cidade, onde foram instalados postos de imunização.
Vacinação
Em situações de emergência, a vacina pode ser administrada já a partir dos 6 meses. O indicado, no entanto, é que bebês de 9 meses sejam vacinados pela primeira vez.
Depois, recebam um segundo reforço aos 4 anos de idade. A vacina tem 95% de eficiência e demora cerca de 10 dias para garantir a imunização já após a primeira aplicação.
Pessoas com mais de 5 anos de idade devem se vacinar e receber a segunda dose após 10 anos. Idosos precisam ir ao médico para avaliar os riscos de receber a imunização.
Por causar reações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.
Sintomas
A doença se torna aparente de três a seis dias após a infecção, de acordo com o Ministério da Saúde. Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maior parte das pessoas apresenta uma melhora após tais sintomas.
Cerca de 20% a 40% das pessoas que desenvolvem a versão mais grave da doença (15% do total de infectados) podem morrer.
Fonte: G1