Corpo de operário morto no Arena Palestra será enterrado para Bahia

Vítima será levada para cidade de Itaci na tarde desta terça.
Parte da obra foi interditada por tempo indeterminado.

O corpo de operário morto no desabamento de vigas em uma obra no Arena Palestra, na Zona Oeste de São Paulo, será levado na tarde desta terça-feira (16) para o povoado de Tapuio, que pertence à cidade de Araci, na Bahia. O operário Crispiniano Santos, de 22 anos, que ficou ferido no acidente na segunda-feira (15), permanecia internado na Santa Casa. Seu quadro era considerado estável. 

As obras no estádio devem ser retomadas na quarta-feira. Uma área de 4,8 mil metros quadrados, no entanto, segue interditada por tempo indeterminado, segundo o coronel Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil de São Paulo. A parte interditada, que vai do setor 20 ao 32, corresponde a 10% do total da obra.

Segundo a Defesa Civil, o prosseguimento das obras não colocará os funcionários em risco. “A laje é praticamente compartimentada. Qualquer algo de mais grave que venha a ocorrer nesse local que foi interditado, qualquer acidente, não viria a afetar as demais partes da obra”, afirmou Paca.

No momento do desabamento, ocorrido no fim da manhã de segunda, as vítimas trabalhavam no nivelamento do piso de um dos quatro camarotes. O operário Cosme Vieira Dias, de 39 anos, estava na área que desabou e contou ter escapado por uma fração de segundo. “Ninguém esperava. A laje cedeu. Nasci de novo”, relata Cosme.

A testemunha, que foi ouvida pela Polícia Civil, era parente dos outros dois trabalhadores envolvidos no acidente: Carlos de Jesus, que morreu ainda no local, era primo de Cosme. Já o trabalhador que ficou levemente ferido, Crispiniano dos Santos, era cunhado.

Além do operário, um engenheiro e uma técnica de segurança do trabalho que atuavam na obra também foram ouvidos pelo delegado Marco Aurélio Batista, do 23º Distrito Policial, em Perdizes. Eles foram as primeiras testemunhas interrogadas no inquérito que investiga se houve negligência por parte das empresas responsáveis.

A partir desta terça-feira, serão ouvidos novos representantes da TLMix, terceirizada encarregada daquele trecho da obra, e da WTorre, a construtora responsável pelo empreendimento.

O delegado Marco Aurélio Batista afirma que os camarotes eram aparentemente “sustentados por estruturas que ficam nas pontas, e ao que parece sofreram uma rotação e permitiram que a placa do piso do camarote deslizasse e desabasse”.

Uma das ferramentas que irá ajudar a investigação é o laudo técnico, que deve ficar pronto em até 30 dias. De acordo com o delegado, eventuais indiciados pelo crime podem responder por homicídio culposo, que pode chegar a até três anos de detenção.

Ação do MP
Em julho de 2011, o promotor José Carlos de Freitas, da Promotoria da Habitação e Urbanismo do Ministério Público de São Paulo, enviou à Justiça uma ação civil pública que pedia a concessão de uma liminar para a imediata paralisação das obras da nova arena do Palmeiras.

O MP pretendia “evitar a concretização de dano ambiental e urbanístico irreversível com a impermeabilização de área maior que a permitida pela legislação”. A Justiça negou o pedido do MP.

Uma parte da arquibancada que está sendo construída na Arena Palestra, o novo estádio do Palmeiras, desabou na manhã desta segunda-feira e causou a morte de um dos operários da obra, na zona oeste de São Paulo.  (Foto: Diogo Moreira/Frame/Estadão Conteúdo)

Estádio fica na região da Pompeia (Foto: Diogo Moreira/Frame/Estadão Conteúdo)

Fonte: G1


Compartilhe:

Comentários: