Resultado surpreendeu
Segundo o diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, Rodolfo Torelly, a equipe técnica da área esperava um resultado melhor no mês passado, em torno de 100 mil vagas abertas. “Março foi o único mês deste ano que a gente conseguiu ter um resultado melhor do que 2011”, lembrou.
De acordo com ele, foi registrado, em outubro de 2012, o maior volume de demissões (1,64 milhão) e também de admissões (1,71 milhão) para este mês da história. “A rotatividade está ‘comendo solta'”, declarou Torelly.
Acumulado do ano
No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, foram gerados 1,68 milhão de vagas com carteira assinada, o que representa uma queda de 24,6% frente ao mesmo período do ano passado (2,24 milhões de empregos formais criados).
Este é o pior resultado para o período desde 2009, quando foram criados 1,39 milhão empregos com carteira assinada. Segundo Torelly, do Ministério do Trabalho, devem ser criadas 1,4 milhão de vagas com carteira assinada em todo este ano. Antes, a previsão era de que 1,5 milhão de empregos seriam abertos. Ele lembrou que, tradicionalmente, há mais demissões do que contratações em dezembro de cada ano.
Os números de criação de empregos formais do acumulado deste ano, e de igual período de 2011, foram ajustados para incluir as informações enviadas pelas empresas fora do prazo (até o mês de julho). Os dados a partir de agosto ainda são considerados sem ajuste.
Crise financeira e medidas de estímulo
O fraco resultado na geração de empregos com carteira assinada acontece em um ano marcado pela crise financeira internacional, que tem prejudicado o crescimento de todas as economias ao redor do mundo.
No começo deste ano, a previsão do governo federal para a expansão da economia estava acima de 4%. Atualmente, já foi revisada para 2% de expansão. Para o mercado financeiro, o crescimento será menor ainda neste ano: de 1,52%.
Para recuperar o crescimento, a equipe econômica do governo anunciou, nos últimos meses, uma série de medidas, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis.
Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos, liberou cerca de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos e vem reduzindo a taxa básica de juros desde agosto do ano passado. Atualmente, os juros estão em 7,25% ao ano – os menores da história.
Setores da economia
Segundo o Ministério do Trabalho, o comércio liderou a criação de empregos formais em outubro deste ano, com 49,5 mil postos abertos, ao mesmo tempo em que o setor de serviços apareceu na segunda colocação, com 32,7 mil vagas abertas. A indústria de transformação, por sua vez, criou 17,52 mil vagas formais.
Por outro lado, vários setores demitiram no mês passado. Foram eles: indústria extrativa mineral, com 292 desligamentos, serviços de utilidade pública, com 597 vagas fechadas, construção civil, com o fechamento de 8,29 mil empregos, além da administração pública, com 3,5 mil empregos encerrados.
Distribuição geográfica dos empregos
Por regiões do país, ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, o destaque ficou por conta do Sul, com 26,8 mil postos formais abertos em outubro de 2012. Em segundo lugar, aparece a região Sudeste, com a abertura de 25,3 mil vagas com carteira criadas.
A região Centro-Oeste, por sua vez, fechou 469 postos de trabalho no mês passado. Já as regiões Norte e Nordeste criaram, respectivamente, 1,59 mil empregos e 13,7 mil postos formais em outubro deste ano.