Jayme Modesto
Além das já conhecidas práticas de crime eleitoral, nesta eleição 2012, o que predominou na maioria dos municípios foi uma nova modalidade de fraude e que rolou solto em muitos municípios da região oeste da Bahia, segundo o volume de denuncias que chegaram a redação deste Jornal, e que o Ministério Público, bem como a Justiça Eleitoral deixaram passar batido.
O método fraudulento usado nestas eleições não foi a famosa compra de votos. Conforme as denuncias, os votos não são comprados para que o eleitor vote em determinado candidato, na verdade, é feita a compra da omissão do eleitor.
Este fato incide essencialmente nisso: Na véspera do dia da eleição, os eleitores sãos abordados em suas residências, altas horas da noite por candidatos acompanhados por um forte esquema de seguranças contratados por eles, ou até mesmo cabos eleitorais, para não chamar atenção dos adversários e sempre batendo as portas daqueles eleitores que eles já têm conhecimento de não obter votos, portanto eles pagam para o eleitor não ir votar no candidato adversário.
Feito o acordo, o eleitor entrega seu título e carteira de identidade para o negociador, como forma de segurança de que não irá mesmo votar. Os documentos são devolvidos um dia após a realização do pleito.
Em boa parte a omissão custou a cada eleitor quantias que variaram entre R$ 50 até 500 reais. Está ai uma explicação para o alto índice de abstenção.
Essa nova modalidade de fraudar as eleições, se não brecada desde já, pode influenciar muitos resultados em eleições futuras. Este escriba não está inventando nada, apenas relatando fatos que aconteceram neste período eleitoral e só não viu quem não quis.
O eleitor pode ter optado pela omissão, mas não pode, depois, reclamar da ineficiência ou dos maus serviços. Não poderá ainda se queixar de que muitos ficha-sujas se elegeram.
E ai, cabe um questionamento, quem é mais corrupto, os políticos ou os eleitores? Esta é uma análise complexa, decidir quem é pior, o político que compra o voto ou o eleitor que se vende. A maior parte dos eleitores esqueceu-se do principio de cidadania e do sagrado dever cívico de escolher seus representantes e atualmente não votam mais pelo bem da cidade, estado ou até mesmo país, votam apenas pelas suas conveniências, interesses pessoais.