Texto e fotos: Cheilla Gobi
A deputada estadual Kelly Magalhães reuniu na manhã desta segunda-feira (13/05) a comunidade estudantil, a ordem demolay, vereadores e moradores para discutir sobre a ocupação do terreno do Colégio Polivalente Professor Alexandre Leal Costa, localizado no município de Barreiras, na região oeste do estado. A deputada já havia denunciado a ocupação no dia 07 de maio na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
De acordo com Kelly, a escola foi construída na década de 70, e de um dia para o outro o terreno passa a ser propriedade particular. Segundo a deputada, esse terreno foi doado pelo ex-prefeito Aníbal Barbosa e que mesmo por usucapião já pertence ao estado. “Apareceu um suposto dono, o senhor Jesuíno, que, com uma escritura dada pelo atual prefeito, se apossou do colégio, portanto não é possível que haja ações imorais como esta, aconteceu de uma forma sorrateira”, afirmou.
Kelly garantiu que para esvaziar a unidade de ensino e facilitar a ocupação do espaço, que estava em funcionamento, o prefeito, “usando de expediente sórdido e abuso de poder”, solicitou à vigilância sanitária que interditasse o local sob alegação de focos de mosquito da dengue, e foi quando invadiram o terreno, construindo um portão.
O Diretor do colégio, Carlos Henrique da Silva confirmou a versão da deputada e falou ainda que recebeu ameaças. “Recebemos uma notificação dizendo que o colégio iria passar por uma dedetização e que as aulas fossem suspensas. Quando tomei conhecimento da derrubada do muro registrei um Boletim de Ocorrência – BO comunicando a invasão. O suposto dono falou que eu não tinha voz e nem vez e que eu teria que sair fora o mais rápido possível e que o terreno pertencia a ele”.
Conforme Kelly o cartório que contribuiu com essa ação, também é questionável . “Vamos questionar na Corregedoria do Tribunal de Justiça da Bahia, porque esse cartório deu certidão nessas condições, sabendo que nesta área está erguido um prédio público, e a procuradora do município ratificou. Já estão até mesmo com IPTU pago como se fosse um imóvel pertencente a eles há muito tempo. É uma série de ilegalidades e que vamos unir todas as forças para evitar este absurdo”, assegurou.
A estudante Daiane Ferreira, 16 anos ficou indignada. “Não estávamos sabendo de nada, isso que estão fazendo é uma sacanagem! Estamos precisando de uma educação melhor, não temos espaço para educação física, e neste terreno era o nosso espaço que mesmo de forma precária praticávamos esporte. E agora, onde será a nossa quadra? Só pensam em se beneficiar?” questionou a estudante.
O próximo passo será uma audiência pública na câmara de vereadores. “Será feita uma ação pela câmara de vereadores, estamos propondo um abraço ao colégio Polivalente como patrimônio de Barreiras. Infelizmente estamos na era dos pit bulls e muitos têm receio de se manifestar, mas eu continuo com minha voz firme e não tenho medo de falar. Estão buscando interesses pessoais e riquezas, querem fazer um grande conglomerado econômico para riqueza de alguns”, concluiu a deputada.