Livro “Jalapão: ontem e hoje” faz análise sobre uso agrícola em Formosa do Rio Preto

Almerice Rodrigues

A Associação Pró-Cultura e a Fundação Astrojildo Pereira, com o apoio da Academia de Letras de Formosa do Rio Preto (Alef), realizaram o lançamento do livro “Jalapão: ontem e hoje” de autoria dos geógrafos Pedro Pinchas Geiger e Willian Guedes M. D. Menezes, na última sexta-feira (17/01), em Formosa do Rio Preto.

O evento aconteceu no auditório da Secretaria Municipal de Educação e contou com a presença do professor Willian Menezes, um dos autores da obra, a qual traz registros em textos, desenhos e fotos sobre a região compreendida desde Barra, na Bahia, até o Jalapão, no Tocantins.

Na primeira parte do livro, é apresentado o relatório da expedição pioneira do IBGE, em 1943, à referida região, com o objetivo de subsidiar com informações a produção de uma das cartas do projeto do Brasil ao Milionésimo, iniciado na década de 1920. Geiger relata como eram os locais por onde a equipe passou, em seus aspectos físicos e humanos. Um verdadeiro registro histórico, com fotos de balsa cheia de sacas de arroz navegando no Rio Preto, de embarcações a vapor, das paisagens naturais, etc.. Além de Barra, Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cássia (então chamada de Rio Preto), também há relatos sobre as cidades piauienses de Corrente e Parnaguá, que mantinham relações comerciais com as duas cidades do Vale do Rio Preto mencionadas.

Já na segunda parte, Menezes detalha a sua pesquisa desenvolvida no curso de mestrado da UFBA, entre os anos de 2012 e 2014, em que analisa o uso agrícola no município de Formosa do Rio Preto. Durante o lançamento, o autor apresentou para o público detalhes do livro e reforçou que é necessário repensar a atividade, pois há um grande desequilíbrio entre os investimentos destinados para o campo moderno e para as comunidades tradicionais que convivem no entorno do mesmo. Um dos exemplos citados pelo pesquisador, é o da energia elétrica que chega às fazendas nos Gerais do Rio Preto, muito próximo das casas dos geraizeiros, mas essas populações têm, no máximo, painéis de energia solar que muitas vezes não suportam sequer a ligação de uma geladeira. Os investimentos em melhoria da malha viária também são infinitamente maiores para o escoamento da safra do que para o deslocamento dos moradores dessa região de difícil acesso, pessoas que moram numa área de grande produção de commodities agrícolas para exportação, mas que ainda vivem em condições precárias, à margem de toda essa geração de riquezas.

A capa do livro foi produzida pela consagrada artista brasileira Anna Bella Geiger, mulher de Pedro Geiger.


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