O Ministério Público está intermediando a negociação entre rodoviários e empresários na tentativa de chegar a um acordo que evite a greve marcada pelos trabalhadores para a próxima terça-feira (18).
Na reunião, participaram a Comissão de Negociação dos Rodoviários, o presidente da Abemtro, Décio Santana, e um representante do Setps. A proposta de redução da jornada de trabalho para 6h30 não foi aceita pelo Setps, que em contrapartida aumentou a proposta de reajuste de 4,13% para 5,84%, segundo os rodoviários, que destacam que este valor ainda está abaixo da inflação do período e não será aceito. Quanto à redução da jornada de trabalho, a categoria antes pedia que fosse para 6h diárias.
O MP fez a proposta de que nestas negociações sejam discutidos somente o reajuste salarial e a reivindicação referente à jornada seja abandonada no momento, já que os empresários não parecem dispostos a mudar o atual esquema. A direção do Sindicato dos Rodoviários irá discutir a proposta com a categoria.
Ontem, os rodoviários se reuniram com o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Marcelo Nilo, que se comprometeu a servir como intermediário junto ao governador Jaques Wagner no caso dos ônibus intermunicipais, de locadora e turismo. No final da tarde, eles se reuniram com o prefeito ACM Neto para discutir as reivindicações da categoria.
Uma nova reunião no Ministério Público está marcada para a quinta-feira pela manhã.
Greve marcada
Em assembleias realizadas na manhã no dia 5, os rodoviários aprovaram a greve da categoria a partir do dia 18, data que coincide com a realização da Copa das Confederações. Na ocasião, os trabalhadores rejeitaram as propostas de reajuste salarial do Setps e da Abemtro, de 4,13% e 4,5%, respectivamente. A categoria quer 15% de aumento.
Segundo Daniel Mota, diretor de imprensa do Sindicato dos Rodoviários, o encontro da tarde ratificou a decisão da manhã. “Já são quase 70 dias que estamos em conversa com os empresários. A gente vai mobilizar a categoria até o dia 17. A cidade de Salvador e a Bahia amanhecem sem ônibus se não tiver nenhuma outra proposta até lá”, diz o diretor.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores pedem redução da jornada de trabalho para 6h, ticket alimentação de R$ 15 trinta dias por mês e nas férias, assistência médica e odontológica para titulares e dependentes paga pelos patrões, gratificação de Carnaval, fim da cobrança de avarias, das terceirizações e da dupla função – motorista que é cobrador.
Eles também reivindicam o cumprimento da Lei Federal do Descanso (nº 12.519/2012), que estabelece que para cada carga-horária de 7h cumprida pelos motoristas, estes devem descansar uma hora.
Fonte: Correio 24h