Diferente de outros estados brasileiros, os enfermeiros da rede pública da Bahia já trabalham desde 2004 sob o regime de 30 horas semanais. Na terça feira (9/4), cerca de 2,5 mil enfermeiros de todo o pais fizeram uma marcha na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para reivindicar a redução da jornada para 30 horas semanais, ao contrário das atuais 44 horas, e melhores condições de trabalho.
De acordo com Nalva Fontenelle, presidente do Sindisaúde, a Bahia e outras cidades brasileiras já aderiram à jornada de 30 horas semanais desde 2004. No entanto, ela destaca que existe uma mobilização nacional na luta pela redução da jornada para os profissionais da rede particular e filantrópica da Bahia. Ainda segundo a sindicalista, a categoria também luta por melhores condições de trabalho, treinamentos e pela contratação de profissionais
“Não faremos nenhum tipo de paralisação na rede pública, mas manifestamos nosso apoio aos colegas dos setores públicos e privados que lutam há anos por uma jornada de trabalho justa para nossa categoria. Os enfermeiros representam a segunda maior categoria trabalhista do país e devem receber o mesmo reconhecimento do governo das demais categorias de saúde”, argumentou a presidente.
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Bahia (SSEB), Lúcia Duque, que está em Brasília participando da rodada de negociações, disse que o projeto de lei 2295/2000, que trata da questão, aguarda votação em plenário pela Câmara dos Deputados e que a categoria espera que ele seja avaliado ainda neste primeiro semestre. “Queremos a aprovação porque vai resultar em serviços de maior qualidade pelo enfermeiro e ele vai poder cuidar mais de si mesmo como pessoa. No final do plantão o profissional fica muito esgotado”, afirmou Lúcia.
Ela disse não acreditar que, se aprovado, o projeto vai fazer com que os enfermeiros aumentem a carga horária semanal com mais empregos em lugares diferentes, motivo pelo qual o projeto foi rejeitado na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara.
Ainda segundo ela, além da redução da carga horária, a manifestação busca assegurar melhores condições de trabalho em hospitais e clínicas. “Precisamos de mais pessoal para atender toda a população, equipamentos e materiais novos. Lutamos também por um piso salarial melhor”.
Os representantes da categoria se reuniram nessa quarta-feira (10/4), em Brasília, com o ministro da saúde Alexandre Padilha, mas segundo Duque, nenhum acordo foi feito até o momento e caso não haja nenhuma negociação, poderá acontecer uma mobilização no dia 20 de abril, data de vacinação.
Fonte: Tribuna da Bahia