Greve dos bancários continua

Cheilla Gobi

Centenas de agências do Estado da Bahia estão com as portas fechadas desde o dia 19 de setembro e de acordo com informações do sindicato dos bancários, só vão reabrir quando o setor mais lucrativo da economia valorizar a categoria e a sociedade, ambos responsáveis pelo lucro de quase R$ 30 bilhões no primeiro semestre.

No interior do estado, a categoria cruzou os braços. Bancários de Vera Cruz, Cansanção, Vitória da Conquista, Feira de Santana, Ilhéus, Irecê, Jacobina, Jequié, Itabuna, Juazeiro e Barreiras aderem o movimento, e assim vão permanecer enquanto não houver uma proposta decente da Federação Nacional dos Bancos – Fenaban.

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real, além da inflação); PLR: três salários mais R$ 5.553,15; Piso R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese); Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional); Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários; Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários; Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação; Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários; Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

Segundo o sindicato, o lucro líquido das organizações financeiras cresceu 120%, passando de R$ 23,7 bilhões em 2005 para R$ 52,1 bilhões em 2012, enquanto isso o salário do bancário subiu apenas, 58% nos últimos sete anos.

Na última rodada de negociação, os bancos ofereceram 6,1%. A proposta da Fenaban não inclui aumento real e valorização do piso, além de não responder as reivindicações sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades.

De acordo com o Presidente do Sindicato dos Bancários do Oeste da Bahia, Alcione Cavalcante Sampaio, a forte adesão superou as expectativas “O movimento ganhou força em todo o estado. Em nossa região também recebemos apoio da categoria. Na cidade de Barreiras todas as agências fecharam as portas”, explicou Sampaio, ressaltando ainda que a greve continua por tempo indeterminado, pois até o momento a Fenaban não apresentou proposta digna.

Com objetivo de traçar estratégias da greve, os bancários da base do Sindicato da Bahia irão se reunir em assembleia, nesta segunda-feira (23/09), às 18 horas, no Ginásio de Esporte, Ladeira dos Aflitos, Salvador.


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