Grávidas com plano de saúde estão tendo que pagar uma taxa por fora para que os médicos acompanhem o parto quando não estiverem de plantão. Médicos obstetras de Alagoas se reuniram na quinta-feira (14), com um representante do Conselho Federal de Medicina, para discutir a questão.
A cobrança é considerada indevida pela Agência Nacional de Saúde e pelo Procon. A neta da empresária Ana Paula de Moraes tem plano de saúde, mas, na hora do parto, precisou pagar os serviços por fora. “A obstetra inicialmente falou que a atenderia por toda a gestação, mas que o parto seria particular”, disse.
Segundo o representante do Conselho Federal de Medicina Gerson Zafalon Martins, a cobrança não é ilegal, já que alguns planos de saúde não oferecem o serviço de urgência para gestantes. Por isso, o pagamento do honorário médico para o acompanhamento do trabalho de parto fica a cargo da paciente, caso o obstetra não esteja de plantão. “Mediante o recibo, a paciente poderá ter o ressarcimento junto ao plano, seja integral ou parcial”, completou.
“É um serviço desgastante, o obstetra, nos últimos meses de gestação da paciente precisa se deslocar em qualquer horário para prestar o atendimento”, disse o médico obstetra Antônio Carlos Moraes. Segundo ele, a cobrança é necessária devido a desvalorização dos profissionais da área.
Em nota, a Agência Nacional de Saúde Suplementar considerou a cobrança indevida. O Procon informou que a prática é ilegal, e as pacientes que receberem cobrança devem denunciar. “É uma prática abusiva, o médico é credenciado pelo plano, só podendo cobrar caso corte os vínculos com o mesmo”, informou o diretor jurídico do Procon, César Caldas.
Fonte: G1
Imagem: Ilustração