Jayme Modesto
Diante das dificuldades financeiras, o que foi possível realizar nesses cinco meses de administração?
Não é a primeira vez que assumo a prefeitura de Buritirama, mas confesso que o início desta gestão foi a mais difícil, com muitas dificuldades, uma folha de pagamento extremamente inchada, acima dos níveis permitidos por lei, gastos excessivos com funcionalismo contrariando todos os princípios da boa gestão, sem dinheiro em caixa e com algumas dívidas, que ainda estamos honrando, como débitos com INSS e fornecedores. Estamos nos esforçando para equacionar esses problemas e paralelamente não deixar o município parado, várias ações já foram realizadas nestes primeiros meses de administração, estamos organizando a cidade. O trabalho de limpeza está acontecendo com frequência, a operação tapa buraco já foi iniciada, e logo ruas serão pavimentadas. A licitação para aquisição de paralelepípedos já está sendo feita, que virá de Campo Alegre de Lurdes, a mais de 200 km para fazer parte dessa pavimentação. Estamos contratando a obra da Praça São José, vamos urbaniza-la e equipa-la, terá quiosque, áreas para passeio e jardins. O contrato para a realização desta obra já está em vias de assinatura. A obra do Centro de Abastecimento foi iniciada na minha última gestão, o prefeito Oslindo avançou em alguns pontos, mas não concluiu durante os quatro anos, e agora nós consolidamos. A feira é um ponto forte na economia do município, atrai vendedores de Irecê, Xique-Xique, de Barra, Ibotirama e precisa de um espaço adequado, com bancas centralizadas para hortifrúti e granjeiros e os boxes adequados para venda de comidas de barzinhos ou produtos secos e molhados, outras para venda de importados, dentre outros produtos. Tudo feito com recursos próprios.
Como está a obra da Escola Eraldo Tinoco?
Essa escola já estava pronta. Na verdade ela foi construída pelo gestor anterior, na minha administração foram pequenos investimentos, cerca de 95% da obra foi realizada pelo ex -prefeito Oslindo, mas não foi inaugurada. A escola tem uma estrutura muito grande e o mobiliário conseguimos através do governo federal, mas não recebemos por completo. Quando as aulas iniciaram tinham carteiras apenas para uma sala, dos 60 computadores solicitados para esta e outras escolas, haviam chegado apenas uma parte. Conseguimos ainda ar condicionado para esta e outras escolas. A previsão é que ainda neste semestre a escola seja entregue à população, até porque os alunos da escola já estão matriculados e estão tendo aula em outras unidades de ensino.
Ainda falando de educação, foi possível fazer reformas nas escolas antes do início do ano letivo?
Graças ao trabalho do ex -prefeito Oslindo, juntamente com o secretário de educação, que inclusive permanece na pasta, não foi preciso a reforma nas escolas. Agora iremos ampliar algumas unidades. Nos Centros Educacionais da sede e do interior iremos construir mais salas de aula, com quadra poliesportiva com toda estrutura de um centro de ensino. Preferimos fechar algumas escolas pequenas objetivando acabar com o sistema multi-seriado, e transportar esses alunos para outras unidades, conduzindo assim melhor a educação, de acordo com a idade.
A área da saúde é prioritária. Como está a saúde do município?
Na área da saúde a situação estava caótica. Hoje a secretária, Nádia Caetano desenvolve um trabalho ativo dentro das nossas limitações. Já aumentamos a quantidade de médicos, ativamos três PSFs, estamos reformando o Centro de saúde antigo, a maternidade passou por melhorias, na unidade pronto atendimento contratamos mais médicos. O SAMU que já estava em funcionamento temos dado todo apoio. Fizemos uma parceria com a cooperativa de médicos, e hoje o contrato não é mais direto com os profissionais e sim com a cooperativa. Portanto, ainda não é a situação ideal, mas avançamos muito nesse quesito.
Água e estrada foram duas das suas prioridades. Sendo que, a água você conseguiu na última gestão. Como está a luta pela estrada?
Isso é fato! Dois grandes gargalos que Buritirama tinha para seu desenvolvimento e sua independência. Um município grande, com quase quatro mil km², sem rio e com o subsolo fraco de água. Em Buritirama é comum furar um poço artesiano com 150 metros e está seco, então água era um problema principalmente na sede. Buritirama era alimentada por uma nascente, quando era um povoado, quando se emancipou há 28 anos, no meu primeiro mandato, a água atendia toda a população, em média dois mil habitantes na época. Hoje temos quase treze mil habitantes, a demanda aumentou e a oferta diminuiu tivemos que buscar uma alternativa e foi uma luta árdua, mas conseguirmos trazer a água do rio para cá, não é uma obra do município, mas uma obra do estado e Buritirama deve muito isso ao ex-governador Paulo Souto ele teve a sensibilidade de entender o nosso drama.
Já a estrada não tem um responsável, é uma conquista do povo de Buritirama, agora tiveram vários atores envolvidos nessa questão, uns com o papel menor outros com papel maior, eu não vou excluir que a oposição também não tenha preiteado quando tiveram a oportunidade e que também não tenha cobrado, eu sei que cobraram, mas nós nunca perdemos uma oportunidade, a briga por esta estrada é histórica e com a escolha de Otto Alencar a vice-governador e secretário de infraestrutura facilitou. Eu que já tinha uma boa relação com Otto passamos a cobrar com mais intensidade, chegamos inclusive a ter desentendimentos devido o meu posicionamento com relação a obra. Eu achei que estava demorando muito e externei isso publicamente, fui para a imprensa cobrar, asfalto nas ruas a gente dá um jeito, porém a estrada é uma obrigação do estado. No mês de outubro em uma visita de Wagner no município de Barra com Otto, me convidaram e lá anunciaram asfalto para Morpará, e o de Buritirama o governador não falou. Fui para imprensa e disse: olham nosso compromisso estar do tamanho que está a estrada, os responsáveis pela não realização dessa estrada, seja quem for não terão nosso apoio. Após esse posicionamento voltei ao secretário e nos entendemos, e a tão sonhada obra já fora iniciada. Os primeiros 35 km já estão em execução, pela Construterra. Temos enfrentado algumas dificuldades com relação a licença ambiental, pois tem uma margem de 15 metros e 20 metros de cada lado do eixo da estrada do projeto e alguns proprietários não estão aceitando e querem indenização e isso tem dificultado o andamento dos trabalhos. O projeto dos outros 30 km restante já foi feito, mas os órgãos ambientais Inema e IBAMA ainda não autorizaram, estamos no aguardo e em breve será liberado.