Peritos recolhem material da cova onde Bernardo foi enterrado (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
Peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) recolheram material da cova onde o menino Bernardo Boldrini foi enterrado na área rural de Frederico Westphalen, no noroeste do Rio Grande do Sul. As amostras de terra, fungos, larvas e outros materiais recolhidos nesta quinta-feira (24) serão enviadas para análise e podem servir de prova no caso sobre a morte do menino.
O garoto de 11 foi encontrado morto no dia 14 deste mês enterrado no matagal na localidade de Linha São Francisco, a cerca de 80 km deTrês Passos, onde ele morava. Bernardo estava desaparecido desde 4 de abril. O pai do menino, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugolini e a assistente social Edelvania Wirganovicz, amiga da mulher, estão presos temporariamente por suspeita de envolvimento no crime.
Os técnicos do IGP passaram o dia refazendo o trajeto que teria sido feito pela madrasta e pela assistente social no dia do crime. Pela manhã, os peritos foram até a casa onde a família residia em Três Passos. Acompanhada da Polícia Civil, a equipe ficou do lado de fora, tirou fotos e fez anotações. Em seguida, eles visitaram uma loja de autopeças, onde também tiraram fotografias, antes de seguirem para Frederico Westphalen.
Na outra cidade, os peritos visitaram o apartamento de Edelvania e um posto de combustível próximo ao local. No dia 4 de abril, segundo a polícia, as câmeras de segurança do estabelecimento registraram imagens das duas mulheres saindo de carro com o menino e voltando cerca de duas horas depois sem ele. Os peritos refizeram o suposto trajeto percorrido pelas suspeitas e anotaram dados como distância percorrida e tempo para análise.
Entenda
Bernardo foi visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
“O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada”, relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado em Frederico Westphalen.
De acordo com a delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas resta esclarecer como se deu a participação de cada um.
Fonte: G1