Dia do professor: a história da sua data comemorativa

A data foi oficializada como feriado em 15 de outubro de 1963, no governo do João Goulart.


 

Escola Normal Caetano de Campos/ CRE Mario Covas. Fonte: Agência Senado

Ivana Dias

O Dia do Professor é celebrado no dia 15 de outubro, a origem dessa comemoração iniciou a partir do Decreto Imperial de Dom Pedro I em 1827, na tentativa de organizar a educação no Brasil, com a criação de escolas de primeiras letras.

Mas foi Antonieta de Barros (1901-1952), a primeira mulher negra a ser eleita no país, que instituiu o marco para que os educadores passassem a ser vistos como importantes agentes de mudanças na sociedade. Pela Lei nº 145, de 12 de outubro de 1948, Antonieta criou o Dia do Professor e o feriado escolar em Santa Catarina. Posteriormente a data foi oficializada o país como feriado escolar pelo Decreto Federal nº 52.682, de 15 de outubro de 1963, no governo do João Goulart.

Inúmeras mudanças ocorreram, positivas ou negativas, elas impactaram fortemente o sistema educacional desde os tempos do período do Império aos tempos atuais. O professor adquiriu direito ao voto; as mulheres adquiriram o direito de estudar e lecionar; matemática deixou de ser conhecimento restrito aos homens; a desvalorização da profissão e consequentemente da remuneração; as didáticas se transformaram sendo necessário até mesmo o desenvolvimento de estratégias para um período de pandemia.

Maria Conceição Melo é professora há 16 anos e quando iniciou a exercer o ofício o curso do magistério era obrigatório. “Quando formei era exigido o curso de magistério e poucas escolas ofereciam. Aqui em Barreiras só existia no Colégio Antônio Geraldo”, disse tia Ceiça, como sempre foi chamada pelas crianças da Educação Infantil ao 9º ano, onde já lecionou.

Entre as mudanças na educação à professora destaca a educação ser vista atualmente como uma obrigação, principalmente pelos alunos. “Ocorreram diversas mudanças na educação, antes as crianças se dedicavam aos estudos e hoje elas têm como incentivo para estudar os conceitos quantitativos, ou seja, as notas que precisam alcançar para irem para a próxima série. A educação precisa ser reavaliada e os professores incentivados para o trabalho”.

A professora Sabrina Xênia trabalha há 13 anos em sala de aula e atualmente exerce a profissão no Ensino Fundamental II e considera o acesso a educação uma das mudanças mais significativas. “Desde quando iniciei em sala de aula já exigiam o nível superior, infelizmente eu não tive oportunidade de cursar o magistério. Para mim, a mudança mais significativa foi o acesso à educação. Hoje, mais pessoas têm acesso à educação, diferente de tempos atrás, em que muitas eram as dificuldades para acesso ao ensino”, pontuou Sabrina, que ressaltou ainda sobre as melhorias.

“Muito há o que conquistar: melhores salários, melhorias nas escolas, cursos de capacitação, segurança, entre outras. Amo o que faço e, apesar dos percalços, sou feliz na profissão que escolhi para a vida”, concluiu.

O mestre Leonardo José Ferreira iniciou a carreira há nove anos e sempre teve o professor como referência em sua vida. “Comecei a trabalhar ainda quando estava na universidade. Desde criança sempre me imaginava sendo professor, era uma referência de profissão que tinha na minha casa! Quando cheguei ao Ensino Médio, tive contato com uma professora de Língua Portuguesa que foi a inspiração para ter a certeza que, de fato, seria professor”, contou Leonardo.

Para o professor Leonardo a acessibilidade à educação também foi uma das grandes conquistas nos últimos tempos. “Uma das grandes conquistas da educação nas últimas décadas, foi ter se tornado, de fato, mais acessível a todos. Entretanto, no Brasil, temos uma grande luta a ser enfrentada – garantir uma educação de qualidade e emancipatória a todos os brasileiros – que possibilite uma transformação social!”, concluiu.


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