Filarmônica 13 de junho, patrimônio cultural e intelectual de Paratinga

FOTOS JAYME MODESTO/ARQUIVO FILARMÔNICA

Jayme Modesto

Fundada em 13 de junho de 1902, a Filarmônica 13 de Junho completou 116 anos de existência. Hoje é o principal instrumento na formação da identidade intelectual e cultural do povo de Paratinga, no Oeste da Bahia, através da sua escola de música, bem como dos eventos socioculturais que a banda realiza.

A Sociedade Filarmônica tem suas origens a partir do grupo musical religioso de músicas Sacras, criada pelo Padre Florentino Carolino da Silva, no ano de 1902 e convertida em Filarmônica 13 de junho, pelo mesmo, sendo o seu primeiro presidente.

O padre Florentino foi um dos nomes ilustres da historiografia de Paratinga deixando como legado a criação desta importante instituição que é hoje um marco na história cultural do município.

A Sociedade Filarmônica 13 de Junho é o mais importante patrimônio artístico e cultural da região oeste da Bahia. Uma das mais conceituadas bandas do estado, a entidade fundada em 13 de junho de 1902, originada de outros grupos musicais, instituiu na época em sua formação um caráter religioso.

O nome ‘filarmônica’ 13 de junho foi uma homenagem a Santo Antônio, padroeiro da cidade de Paratinga, antigo povoado do Urubu de Cima. O santo se tornou também padroeiro da Sociedade Filarmônica que comemora seu aniversário na mesma data.

Instrumentos antigos

O repertório da Filarmônica é bastante diversificado, indo do mais clássico – como dobrados, choros, polcas, ao mais popular – marchinhas e MPB,  e tendo como compositores figuras paratinguenses que fazem ou já fizeram parte do corpo da banda.

Os principais compositores atuais são: Antônio José dos Santos e Esmeraldo José de Oliveira. A filarmônica está sempre presente nas festas e festejos religiosos e populares como: São Sebastião, Festa do Divino, Santo Antônio, Corpus Christi e ainda em eventos culturais e encontros musicais.

A filarmônica é uma instituição centenária, sem fins lucrativos, que mostra através da música a representação da arte e da cultura de Paratinga.

Sandra Porto do Vale é a atual presidente da Sociedade Fila Harmônica

Sandra Porto do Vale é a atual presidente da Sociedade Fila Harmônica 13 de junho de Paratinga. Segundo ela, Paratinga é conhecida em toda a região como a cidade da música. “Preservamos bem a história, por acreditarmos que resguardar a história é valorizar o futuro, porque a Sociedade Fila Harmônica aqui para nós de Paratinga é mais do que uma escola de música, é uma escola de cidadania, onde jovens, crianças, adultos convivem até mesmo de forma divertida. Temos uma escola mantida pela Sociedade Fila Harmônica, temos associados e nem por isso, deixamos de buscar recursos através do poder público do município, que sempre está disposto a apoiar. O prefeito tem nos apoiado, com as despesas com os monitores, o maestro também tem uma remuneração pela prefeitura”, disse Sandra.

Instrutor Celio Santos, o maestro mais jovens da história da banda

A presidente frisou que são 50 crianças em média, matriculas na escolinha de música. “Sempre agregamos novos integrantes da música porque a renovação é importante, uns vão ficando idosos vão saindo, tem seus afazeres, perdemos muitos alunos porque vão estudar fora, dentre outros motivos. Muitos saem preparados, músicos profissionais”, disse Sandra destacando que músicos de Paratinga tocam em bandas de forró profissionais em São Paulo e Salvador.

“Nós somos conhecidos aqui em Paratinga como terra da musica, então culturalmente a Fila Harmônica tem 116 anos e isso representa historia que sempre vem sendo mantida pelos associados e nós procuramos sempre elevar o nome da Fila Harmônica 13 de Junho, para gente é de grande valor social e cultural, temos muito orgulho de fazer parte”, finalizou Sandra.

A sociedade tem hoje sua sede própria, construída em 1930. A Filarmônica conta ainda com uma biblioteca com mais de 2,800 livros catalogados, dentro da própria sede.

 


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