O filme “A Barca – O Mistério do São Francisco” apresenta uma história de ficção no Rio São Francisco durante a década de 50.
Ivana Dias
O cineasta baiano Son Araújo inicia novo projeto na região Oeste da Bahia, o filme “A Barca – O Mistério do São Francisco”, a história de ficção acontece durante a década de 50 e apresenta a vida de uma família que vive às margens do Rio São Francisco.
Com toda a sensibilidade do seu olhar profissional, o cineasta ribeirinho retrata em seu novo projeto o cotidiano da cultura ribeirinha assistida e vivida em seu quintal, uma experiência criativa e rica de significados, contextos, belezas e desafios. O que resulta em uma história emocionante de amor à família rodeada de mistérios e lendas pelas águas do Velho Chico.
Son Araújo está se preparando há mais de cinco anos para a execução dessa produção e garante estar pronto para levar o Rio São Francisco para as grandes telas de cinema nas mostras e festivais nacionais e internacionais.
“A ideia também é circular com o filme em comunidades, escolas e associações de cidades ribeirinhas. Muito planejamento e pesquisa estão sendo feitos para trazer o máximo de realismo, qualidade técnica e emoção, principalmente por meio de departamentos que a sétima arte proporciona. A própria execução de cinema em nossa região é por si um grande feito para a imagem do nosso oeste baiano no Brasil e para o mundo”, enfatizou o cineasta.
Como em todos os seus trabalhos, o cineasta conta com a parceria de Linda Araújo, sua mãe e também roteirista. “Ela tem esse perfil de narrativas singelas de um tempo bonito na zona rural do passado. Tenho honra de ser filho dela, nossos diálogos sobre a produção são constantes”, disse Son Araújo.
“Navegamos pelo rio com o objetivo de conhecermos as comunidades, o seu modo de vida e suas histórias com detalhes e foco no passado. Lá encontrei fotos, escrituras e elementos que pudessem acrescentar aos meus esboços para a construção do argumento central, que veio sendo afinado ao longo de sete anos. Todo este tempo foi o suficiente para que fossemos ajustando as linguagens e cenografias que condiz com a realidade daquela época”, falou Linda.
O trabalho está em fase de pré-produção, etapa em que o projeto cinematográfico dura aproximadamente seis meses, com a formatação de documentos, seleção de profissionais técnicos, atores e cenários adequados. Até o final do projeto, em torno de 170 profissionais de cinema entre técnicos e atores serão selecionados na região e também em outros estados.
Com o início das gravações previstas para o primeiro semestre de 2022, a busca por parcerias e coprodução na região e em outros estados brasileiros também está dentro da etapa de pré-produção e é de extrema importância para o desenvolvimento do projeto e difusão da Sétima Arte na região.
“Nosso região é rica e nossas histórias precisam ser contadas e serem vistas, não só em outras regiões do país que se encantam com nossa fotografia, histórias, paisagens e singeleza de nossa gente, mas especialmente proporciona a nós mesmos um ‘autorretrato’ da nossa história, dos nossos pais, nossos avós, com tanta verdade que o cinema traz. A arte cinematográfica é incrível, pois conecta as pessoas. Realizar cinema que promove a nossa cultura é de extrema importância para formação de sentidos, conhecimento histórico e também na capacitação técnica de profissionais, músicos, produtores, atores, atrizes com a vinda de tamanha estrutura de produção para nossa região”, concluiu o cineasta Son Araújo.
Filmografia do diretor Son Araújo
longa-metragem (experimental) “O Foco” 2005
Curta-metragem “Carrinho de Pau” 2007
Média-metragem “Fuga” 2008
Curta-metragem “Acenderam os céus” 2009
Curta-metragem “Meu Pé de Manga” 2012
Curta-metragem “Grãos de Arroz” 2013.