Operários são resgatados de trabalho análogo ao escravo na Bahia

De acordo com o MPT, 25 pessoas foram resgatadas.
MPT diz que operários foram aliciados por construtora em outros estados.

Operários são resgatados de trabalho análogo ao escravo na Bahia (Foto: Divulgação /SRTE)Vinte e cinco operários foram resgatados emFeira de Santana, por auditores fiscais do trabalho. Eles viviam em péssimas condições no canteiro de obras de um conjunto habitacional. A operação foi realizada nos dias 13 e 14, mas só foi divulgada após a liberação dos trabalhadores para seus municípios de origem na terça-feira (19).

Segundo os auditores fiscais, os operários viviam há mais de um mês em alojamentos infestados por escorpiões e carrapatos, sem água, sem banheiro e dormindo em colchões estendidos no chão. 

Os operários estavam instalados em dois alojamentos sem acesso à água potável, banheiro, armário para depositar objetos pessoais ou alimentos. Os funcionários dormiam em colchões no chão. Os auditores fiscais que realizaram a ação encontraram ainda instalações elétricas precárias, que poderia provocar choque elétrico, incêndio e explosão. Os auditores encontraram ainda, um botijão de gás que ficava no interior do alojamento, onde trabalhadores dormiam ao lado, no chão da cozinha.

Ainda segundo os auditores, os operários, que foram aliciados pela construtora em outros estados, tiveram que custear a própria viagem, e não tinham carteira de trabalho assinada. Depois de resgatados, os trabalhadores receberam a guia de seguro-desemprego, uma parte da indenização trabalhista e voltaram a suas cidades de origem. A rescisão dos contratos ainda vai ser homologada.

Outro caso
Dois alojamentos no bairro do Doron foram visitados por equipe do Ministério Público do Trabalho (MPT) na sexta-feira (15), depois de denúncia registrada pela SRTE.

Dezessete trabalhadores foram retirados dos imóveis e dois suspeitos foram presos pela Polícia Federal. Segundo o MPT, eles trabalhavam sem receber salários ou qualquer direito trabalhista e viviam em condições precárias, sem dinheiro para voltar à cidade de origem.

As pessoas presas são consideradas arregimentadoras, também chamadas de “gatos”, suspeitas de recrutar e organizar a atividade diária. Os imóveis estão localizados em uma das transversais da Avenida Edgar Santos, a maior do bairro do Doron.

O MPT afirma que um dos trabalhadores, que tem 58 anos, contou que fazia esse tipo de atividade há cinco anos devido à dificuldade em conseguir emprego. Em relato ao órgão, uma mulher disse que o dinheiro das gorjetas era usado para fazer lanches e pagar o transporte.

Fonte: G1


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