Texto e fotos: Jayme Modesto
Faltando pouco mais de oito dias para a realização da eleição suplementar em Muquém do São Francisco, a população revoltada promoveu uma grande manifestação que reuniu mais de mil pessoas vestindo preto e exibindo faixas e cartazes. A concentração foi em frente a Igreja Matriz, e os manifestantes seguiram até a Praça Jaime do Amor, em frente à prefeitura da cidade.
As pessoas se espremiam em frente à prefeitura, em um protesto silencioso contra o “prefeito” interino, Osmar Gaspar. Era visível o sentimento de revolta e indignação da população, com a forma que Osmar Gaspar vem conduzindo a administração nestes três meses. Segundo populares que participavam da manifestação, entre tantas irregularidades, fica difícil nominar qual a mais grave.
O movimento teve como objetivo, chamar a atenção das autoridades e da população, para com o descalabro e desmando do “prefeito” que vem usando de forma vergonhosa a máquina pública em favor do seu candidato a prefeito na eleição do dia 07 de abril.
“Convocamos a imprensa para dar visibilidade ao nosso protesto e a nossa indignação com esta situação e chamar a atenção das autoridades, pelo que vem acontecendo em Muquém. Precisamos resgatar os valores da ética e da moralidade na administração de nossa cidade, o que vem acontecendo em Muquém nestes três meses é revoltante e fere todos os princípios. Além do desvio de recursos para compra de votos, o “prefeito” está inchando a prefeitura de funcionários sem concurso e sem contrato, sem nenhum papel assinado. Só para citar alguns exemplos, na subprefeitura de Javi, que funcionava com quatro servidores, está com 12, a escola Luís Eduardo que tinha quatro está com oito e assim sucessivamente em todos os órgãos da administração, uma vergonha! No povoado de Javi, em quase todas as casas tem uma pessoa “trabalhando” na prefeitura, sem contrato e sem concurso, uma verdadeira enganação”, afirmou a moradora Maria das Graças Silva.
Outro absurdo propositalmente, citado pela moradora é com relação ao Programa Bolsa Família, conforme Maria, as secretarias de educação e assistência social, deixaram de informar e alimentar o sistema do programa e os cartões foram todos bloqueados, o objetivo, para que todas as pessoas tenham que passar pelo crivo da secretária de assistência social, Flavia Almeida Pereira. “As beneficiárias que não declinar o seu voto ao candidato do PT, continuam com o cartão bloqueado”, assegurou a moradora, Maria das Graças.
De acordo com informações de demais populares à nossa equipe de reportagem, no ato da manifestação, o juiz eleitoral da 173ª zona eleitoral, Dr. Pedro Henrique Izidro da Silva, é o único responsável pelo caos instalado no município de Muquém e os moradores questionam: “como explicar que na eleição de outubro de 2012, o magistrado além de indeferir a candidatura de Márcio Mariano, também indeferiu a candidatura de nove candidatos a vereadores da mesma coligação e nenhum da outra”. Acreditam que o magistrado vem agindo de forma claramente parcial e tendenciosa em favor do candidato do PT, em suas decisões.
A população está pedindo socorro, Muquém se transformou em uma bomba prestes a explodir, a justiça tem que fazer alguma coisa, as provocações e agressões são constantes. Na quarta feira, 27, dois inflamados cabos eleitorais se agrediram, inclusive com uso de arma de fogo, o agressor está preso.
A expectativa da população é que a situação volte à normalidade com a interferência do judiciário no sentido de conter a onda de desmando e violência que vem passando o município de Muquém.