Os produtores do Oeste da Bahia colaboraram mais uma vez com a campanha SOS Seca, da Secretaria Estadual da Agricultura. O primeiro carregamento com 400 toneladas de grãos saiu, nessa segunda-feira (27/5), do Complexo Bahia Farm Show, no município de Luís Eduardo Magalhães, região Oeste do estado, com destino aos 16 municípios da região castigados pela estiagem.
A mobilização é uma iniciativa dos produtores agrícolas participantes da Bahia Farm Show 2013, que está em sua nona edição como a principal feira de tecnologia agrícola do Norte-Nordeste. As doações de grãos e subprodutos vão ajudar a evitar a erradicação de rebanhos pertencentes a pequenos produtores que estão sofrendo com a seca em 265 municípios baianos.
Foram doados milheto, casquinha e caroço de algodão, feno, bandinha de feijão e tudo mais que pode ser transformado em ração animal. As doações vão ajudar a evitar a erradicação de rebanhos pertencentes a pequenos produtores que estão sofrendo com a seca.
Apesar da estiagem e das pragas que afetaram a produção agrícola, a expectativa dos organizadores é que sejam gerados negócios da ordem dos R$ 675 milhões, cerca de mais de 10% acima do ano passado, quando foram registrados R$ 595 milhões em movimentação financeira. Também é aguardado um público de aproximadamente 70 mil pessoas, ultrapassando os 60 mil visitantes da edição de 2012.
Segundo o secretário de agricultura do estado, Eduardo Salles, a prefeitura adotou alguns critérios para a distribuição dos grãos. Um deles foi o cadastramento das pessoas mais carentes com prioridade para os municípios de produção de leite que mais sofreram perdas com a estiagem.
“ Esse foi um ano difícil de seca e praga na região Oeste, mas, esse quantitativo de doações demonstra que tudo pode ser superado. A agricultura tem que ser vista com o mesmo olhar seja a familiar ou empresarial o importante é promover a sustentabilidade”, disse o secretário.
Ainda de acordo com Salles, o princípio ativo chamado benzoato de emamectina que combate ao ataque da lagarta helicoverpa que causou um prejuízo estimado em mais de um bilhão, embora autorizada a importação para a Bahia, ainda não pode ser utilizado nessa safra de algodão por conta dos trâmites burocráticos exigidos pelo Ministério Publico que proibiu o uso provocando mais prejuízos para os produtores.
Segundo o secretário, apos reunião com associação de agricultores um projeto piloto foi apresentado ao MP sugerindo a aplicação da substancia em três municípios são eles: Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães e Riachão da Neves em dez propriedades da região, mas até o momento o uso ainda não foi liberado. “ Esperamos que se entre num consenso, afinal esse princípio ativo já é utilizado com sucesso em outros países como Austrália e Japão . Aqui no Brasil temos profissionais qualificados para realizar a aplicaçao e resolver um problema que atinge à todos de uma forma geral”, declarou.
De acordo com Thiago Pimenta coordenador geral da feira, dez metros e meio de áreas plantadas e novos agentes financeiros a exemplo da Caixa Econômica Federal com linhas de financiamentos e juros mais baixos são atrativos que devem tornar essa edição um sucesso de público e negócios.” Tentamos fazer um feira bonita de se ver, agradável de visitar e propícia a negócios”, disse.
Para o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia –(AIBA), Júlio Cezár Busato, apesar dos problemas com a praga e a estiagem, a feira continua sendo o destaque da região Oeste pelas tecnologias modernas utilizadas. “Utilizamos os mais modernos recursos como a tecnologia Raitec que contribui para o controle das pragas, recurso que há dez anos não existiam. Além disso, estamos enviando 400 toneladas de solidariedade. Apesar da Helicoverpa e da estiagem, nossos índices de produtividade se mantiveram satisfatórios e nada mais justo do que sermos solidários com outros agricultores do Estado” afirmou Júlio.
Fonte: Tribuna da Bahia
Imagem: Ilustração