Buritirama: o fim melancólico de uma gestão desastrosa

Após quatro anos da gestão desastrosa de Dede Alves, o município encontra-se em estado de insolvência total.


 

Atual prefeito de Buritirama, Arival Marques Viana.

 

Com Informações da Prefeitura de Buritirama

Buritirama completará 36 anos no dia 09 de maio, por muitos anos o município foi considerado destaque por ter uma das melhores gestões do estado, pela competência, seriedade, comprometimento e responsabilidade na condução dos recursos públicos. Gestões que marcaram a história e mudaram os destinos do antigo povoado de Buriti dos Viana, o que obviamente refletiu positivamente tornando-se referência quando o assunto era administração municipal.

Em 2016 este progresso pujante e transformador foi interrompido com a eleição do senhor Judisnei Alves, conhecido por Dede Alves. Após quatro anos de sua gestão desastrosa o município encontra-se na UTI, em estado de insolvência total. Dede, alcunho que o identifica, hoje ostenta dois títulos que ninguém gostaria de tê-los, todavia se encaixam como luva na sua rápida e melancólica passagem pela administração de Buritirama, “caloteiro e o pior prefeito da história”.

A sua abençoada canalhice, preciosa para ele que a praticou, mais preciosa ainda para os seus comparsas que dela se serviram, ceifou a esperança de milhares de buritiramenses e o que é pior, ainda há quem não compreenda que um ato administrativo deve ser isento de lucro pessoal.

Os crimes contra o erário foram cometidos de forma permanente e sistemática ao longo dos quatro anos de seu mandato, verificando-se contratações e licitações fraudulentas recebimento de propinas nos mais variados setores da administração, saques vultosos sem comprovação fiscal, transferências de altos valores de contas vinculadas para conta movimento e saques desse valor total, em seguida. As tratativas espúrias e criminosas com o dinheiro do povo aconteciam nas noitadas em casas noturnas de cidades do Piauí, Barreiras, Xique-Xique, entre outras.

Ex-Prefeito Dede Alves, desaparecido da cidade desde novembro, após sua derrota!

Este voraz apetite pelo dinheiro público não poupava gastos com noitadas glamorosas, o pagamento como sempre seguia o seu instinto caloteiro, com cheques sem fundos, vários deles emitidos com valores exorbitantes de R$ 20.000,00 a R$ 25.000,00. Esses cheques voadores foram parar nas mãos de advogados para que os empresários dos estabelecimentos onde foram emitidos, pudessem ser ressarcidos dos prejuízos.

Ao assumir o seu sexto mandato de prefeito em janeiro deste ano, o administrador de empresas Arival Marques Viana, encontrou o município em um verdadeiro caos na administração pública.

Em tom de desabafo, Arival Viana admitiu que está com muitas dificuldades nesse início de governo e que muitas dívidas precisam ser negociadas, para que a cidade alcance novamente um equilíbrio financeiro e a administração municipal possa honrar com seus compromissos, atender a população nas necessidades básicas e realizar investimentos no município.

“Eu diria sem medo de errar que é a pior herança encontrada por um gestor e que a gestão anterior foi caótica em todos os sentidos. Encontrei o município de Buritirama falido e sucateado, só dívidas e nenhum recurso financeiro. As imagens falam mais do que eu posso expressar”, disse o prefeito Arival Viana que afirmou não ter ocorrido se quer a transição de governo.

“Não houve transição, nem recebemos o inventário patrimonial, até hoje o ano contábil da gestão passada está em aberto, só recebemos a poucos dias o mês de outubro. Novembro e dezembro não foram entregues. Sem fechar a contabilidade não podemos migrar os saldos do ano, saber o que tem empenhado. Já estamos perdendo recursos por falta de informações, os HD’s foram formatados e 36 notebooks que ainda não estavam pagos desapareceram. Não temos nem como informar aos órgãos do governo”.

 

 

De acordo com o atual prefeito, o ex-prefeito Dede Alves perdeu o censo de responsabilidade e o resultado disso é um montante de aproximadamente 20 milhões em dívidas e mais de 60 processos de dívidas executadas. Servidores públicos municipais com vários meses de salários atrasados e o pagamento do 13º salário – alguns deles em um ato de desespero levaram bens para garantir o pagamento de seus proventos e agora estão devolvendo.

Além disso, a população buritiramense está totalmente desassistida de seus direitos básicos na saúde, educação, assistência social e sem melhorias e investimentos em projetos de relevância. É uma situação vergonhosa e inédita na história das administrações públicas, a Câmara de Vereadores executar judicialmente o Poder Executivo Municipal por falta de pagamento do Duodécimo, só em Buritirama na gestão do ex-prefeito Dede Alves.

Desde que iniciou o mandato, a nova gestão trabalha na realização de um levantamento de dados que demonstra a roubalheira do ex-prefeito. Arival Viana admite que apesar do cenário de destruição deixado pelo ex-prefeito Dede Alves, vai lutar junto com sua equipe para minimizar o impacto no atendimento a população que não tem culpa da irresponsabilidade do ex-gestor.

Até o momento muitas situações já foram identificadas e estão sendo listadas em um relatório com os principais crimes de improbidades cometidos. No caso de algumas questões já comprovadas, o Ministério Público já foi acionando. A seguir pontuamos alguns fatos relatados pelo atual prefeito, Arial Viana, que ressaltou não ter medo, pois “ameaça sempre tem, mas as denúncias devem ser sempre feitas”.

Confira:

– Construção do posto de saúde do povoado de Bom Sossego, com Emenda Parlamentar no valor de R$ 663.000,00, a obra foi iniciada e abandonada, o dinheiro sumiu;

– Recursos Federais destinados à saúde, como o do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica – PMAQ, não foram aplicados. O município recebeu R$ 1.768,000,00 para o combate ao Coronavírus, mas o Centro de Atendimento estava fechado e a equipe com salários atrasados. Não foi possível fazer aditivo de contratos, todos os prestadores estavam sem receber. Além de não adquirir nem um respirador, o único que existe está quebrado;

 

 

– Transação ilegal na conta bancária chamada Farmácia Básica gerando uma dívida de R$570.000,00. A conta existe há muitos anos e é alimentada pelo Governo Federal com 50% do valor destinado a compra de medicamentos da Atenção Básica como os destinados ao tratamento de pressão alta e diabetes. O município é responsável por mais 25% e o estado outros 25%, mensalmente, mas o estado não entra com dinheiro na conta, ele compra os medicamentos e a prefeitura de três em três meses retira na Secretaria de Saúde do Estado, e deve fazer relatórios para alimentar o sistema com a nota fiscal. O ex-prefeito parou de depositar os 25% na conta Farmácia Básica, o que gerou a dívida atual, assim como gastou menos com remédios o que recebeu da União. Durante muito tempo o município sobrevive dos medicamentos que vinham do estado, ou seja, passou a faltar tudo;

– Na saúde só alguma ambulâncias estavam funcionando em péssimo estado de conservação. Unidades de saúde fechadas, indicadores de saúde no vermelho, SAMU sem funcionar, hospital fechado e sem médicos, equipamentos hospitalares quebrados, laboratório fechado, acúmulo de resíduo hospitalar devido à dívida de nove meses com a empresa que faz a coleta;

 

 

 

– O atendimento feito pelo Programa Estadual de Tratamento Fora do Domicílio – TFD foi cortado, os carros estão todos sucateados;

– Os poucos recapeamentos asfálticos que foram feitos através de Emendas Parlamentares já estão todos danificados;

– Dívida de R$ 80.000,00 com as empresas de ônibus referente a passagens para pacientes de Buritirama que fazem tratamento em Salvador. A van utilizada para levar os pacientes capotou no final do mandato passado e não tem recuperação porque não estava no seguro. Pra mandar uma pessoa pra Salvador a prefeitura tem que liberar uma ambulância para levar;

 

 

 

– Frota de veículos totalmente destruída, os carros estão sendo levados para Barreiras em cima de caminhão, alguns não poderão ser recuperados – carros novos que não foram colocados no seguro;

– O ex-prefeito Dede Alves adquiriu noves veículos através de uma doação da Justiça Federal do Ceará, para a prefeitura de Buritirama, em bom estado de conservação que serviam muito para os atendimentos de saúde, como levar as pessoas ao médico e para vacinar. Só foram encontrados dois veículos, um que está na sede do município encostado sem bateria e o outro foi achado em uma oficina em Barreiras. O pessoal da oficina ligou pra avisar que foi deixado lá e que o valor do concerto (R$9.000), não havia sido pago, a divida foi negociada no valor de R$8.000 e o carro foi resgatado pela nova gestão  os outros sete veículos sumiram;

 

 

 

– Dívida no valor de R$ 123.000, 00, referente a 30 pneus para ônibus, 10 baterias, além dos pneus para ônibus e caminhonete, comprados em novembro/2020. Carregaram tudo;

– Dívida trabalhista no valor de R$ 740.000, 00, ainda faltam duas parcelas das quais começaram a ser descontadas em dezembro/2020, pegando 6% do FPM. A prefeitura não mandou um advogado para a audiência e correu a revelia;

 

 

 

 

– Execução judicial por falta de pagamento do duodécimo à Câmara Municipal de Vereadores, durante todo o ano de 2020. Também não foi pago INSS e PASEP dos funcionários. No dia 10 de cada mês é descontado da conta da prefeitura o valor de R$ 805.000,00, referente a essas dívidas;

– A dívida de INSS da prefeitura é em torno de 12 milhões;

– Pendências referentes a consignados na Caixa Econômica, Bradesco e Banco do Brasil. Na Caixa Econômica o valor é em torno de 2 milhões, no Bradesco e BB, em torno de 1 milhão. Dinheiro esse descontado de funcionários e não recolhido crime de apropriação indébita;

– Contas da Coelba do ano passado sem pagamento, os registros são apenas até março/2020. Ausência de um contrato de iluminação pública, o mesmo venceu no início do ano passado e a Coelba Barreiras/gestor regional não conseguiu renovar, pegar a assinatura do prefeito. As dívidas foram se acumulando e a tendência era cortar a iluminação pública não só pela ausência de pagamento, mas também pela ausência do contrato de iluminação pública. A dívida acumulada da Coelba, por ser serviço essencial e por estarmos vivendo por conta da pandemia no momento de situação de emergência não poderia cortar, mas a ausência do contrato dava direito a suspender o fornecimento da iluminação pública. A dívida já foi negociada pelo atual prefeito, que precisou pagar R$100.000,00 de entrada e parcelar o restante em dez meses. A previsão é quitar a dívida até o final do ano, com o pagamento de parcela da R$60.000;

– Saqueou da conta todo o dinheiro de novembro e dezembro, o montante de 10 milhões e 200 mil e sumiu da cidade desde que perdeu as eleições em novembro. Foi uma gestão do pensando em si.


Compartilhe:

Comentários: