Fórum discute importância do aquífero Urucuia para região oeste da Bahia

Membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande participaram do evento


 

Fórum foi promovido na 18ª Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães

Tendo em vista a importância do aquífero Urucuia para a Bahia, os membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (CBH Rio Grande) participaram do fórum “Uso e Monitoramento do Aquífero Urucuia para uma melhor gestão das águas”, em Luís Eduardo Magalhães, na região oeste do estado.

Promovido na 18ª edição da Bahia Farm Show, o debate reuniu especialistas em recursos hídricos, gestores públicos, produtores rurais e pesquisadores.

Em meio à discussão sobre o segundo maior aquífero do Brasil, o secretário do CBH Rio Grande, Eneas Porto, destacou a realização de estudos para o monitoramento e uso sustentável dos mananciais, considerando o potencial do aquífero para o desenvolvimento do estado.

“O monitoramento visa justamente permitir que essa água seja empregada para os diversos usos de forma sustentável, inclusive irrigação, para a produção de alimentos e o consumo urbano, para a dessedentação de animais, a indústria e recreação”, disse.

Ainda segundo ele, as informações e os dados gerados pelos estudos são essenciais para implementação de ações relacionadas ao uso dos recursos hídricos. “Quando se fala em preservação e melhoria da gestão do aquífero, a gente pensa em um sistema em que se possa ter informações seguras, transparentes e que dê subsídio aos tomadores de decisão, também aos usuários”, ponderou.

Presente no evento, a especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e representante da instituição no CBH Rio Grande, Larissa Cayres, reiterou a necessidade do debate acerca da gestão diante do contexto de mudanças climáticas, considerando a preservação do aquífero e manutenção da economia da região em decorrência da demanda, como o uso na agricultura.

“Um debate sobre o monitoramento do Urucuia é essencial para garantir a sustentabilidade do aquífero, assim como a sustentabilidade das atividades econômicas desenvolvidas na região e, claro, a sustentabilidade ambiental com a manutenção da qualidade de vida”, avaliou.

A partir disso, a especialista da Sema ressaltou que uma boa gestão perpassa pelo entendimento da oferta e demanda dos recursos. Nesse sentido, o comportamento do aquífero deve ser estudado ao longo do tempo para evitar problemas futuros.

“É fundamental para que a gente faça uma gestão adequada desse recurso, que a gente monitore o comportamento dele, para que ações, a política pública, o comando e controle possam garantir que esse uso seja feito de forma sustentável e não venha prejudicar tanto os usos atuais quanto a possibilidade de usos futuros”, acrescentou.

Ações

Durante o fórum, o diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental do Inema, Antonio Martins, apresentou as iniciativas do Governo do Estado voltadas para a preservação e boa gestão do Urucuia.

“O Governo vem trabalhando na implementação de políticas que impactem positivamente na conservação de nossas reservas de água subterrânea, a exemplo da gestão das Unidades de Conservação e na ampliação e manutenção da rede de coleta e análise da qualidade das águas dos rios e lagoas, nos seus trechos mais importantes”, pontuou.

O diretor ainda destacou a atuação da equipe técnica do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) na produção de estudos e monitoramento do aquífero.

 Potencial

Entre as ações apresentadas no fórum está o Estudo do Potencial Hídrico, realizado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em sua terceira etapa, o estudo integra o Programa de Monitoramento dos Mananciais Hídricos Superficiais e Subterrâneos através de um sistema em tempo real. De acordo com o coordenador do projeto e professor da UFV, Everardo Mantovani, o sistema de monitoramento será crucial para a melhor gestão dos recursos hídricos na região.

O evento contou com a participação de pesquisadores da UFV, do geólogo do Inema, Zoltan Romero, do pesquisador e gerente de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil, Amilton Cardoso, e do produtor rural Júlio Busato.

 


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