Morre o maestro angicalense Neto Coité

Durante 28 anos, o músico esteve a frente da  Filarmônica Lira Angicalense, banda fundada por seu avô Mureco.


O maestro Neto Coité acompanhado dos integrantes da Lira Angicalense. 

 

Da Redação

O Jornal Gazeta do Oeste se solidariza com familiares, admiradores e amigos de Durvalmerindo José Pereira Coité, conhecido por Neto Coité. O maestro faleceu aos 59 anos, na madrugada de domingo (7), em Salvador. No início da manhã desta segunda-feira (8) aconteceu uma alvorada com a Filarmônica Angicalense e o enterro previsto para acontecer às 11h no Cemitério Nossa Senhora Santana.

Em nossa memória ficará registrada toda a dedicação do trabalho musical do maestro Neto Coité, que durante 28 anos contribuiu diretamente com a cultura de Angical e da região Oeste da Bahia, dando continuidade ao trabalho de seu avô Durvalmerindo Bandeira Coité, o conhecido Mureco, fundador da Filarmônica Lira Angicalense, em 03 de maio de 1917.

O maestro autodidata que aprendeu o ofício com o avô, tinha muito amor pelo que fazia. “O amor é que nos move e a força de vontade em querer fazer, pois temos o objetivo de formar os jovens para ingressarem na banda, para que o trabalho nunca acabe”, disse Neto Coité.

Em maio de 2017, a Lira Angicalense completou 100 anos de existência e para exaltar a admiração por esse trabalho musical convidamos o maestro para participar de uma entrevista no Programa Encontro Marcado e junto com a Filarmônica, Neto Coité relembrou de toda a sua trajetória.

Em Agosto/2017, no estúdio do Programa Encontro Marcado.

 

A entrevista aconteceu no ano em que a Lira completou seu centenário.

“Meu avô deu pontapé inicial, buscou conhecimento e ao retornar para Angical formou a Filarmônica, com instrumentos adquiridos em Salvador. Meu avô deixou um acervo enorme com mais de 300 composições, acredito que é a única Filarmônica da Bahia, que tem repertório próprio do seu fundador, com dobrado, marchas, frevos e sambas”, destacou orgulhoso.

Todo esse trabalho levou para o município de Angical o reconhecimento de berço da música no Oeste baiano, “isso chegou a uma grandeza tão agradável que o município exporta músicos para todo o Brasil”, disse Neto.

Seguindo os passos do avô Mureco, Neto Coité manteve seus ensinamentos e práticas ao longo de sua jornada, ensinou música por amor, não cobrava de seus alunos nada em troca.  “Mesmo enfrentando diversas dificuldades ao longo dos anos, os ensinamentos não tem custo algum para a população de Angical, bem como as nossas apresentações no município. Cobramos apenas, para apresentações em outras cidades, sendo uma parte para manter a Filarmônica e o restante é dividido entre os músicos”, concluiu.

Filarmônica Lira Angicalense

Patrimônio histórico e cultural pela sua relevante contribuição durante décadas, na formação musical profissional de crianças, jovens e adultos, além de projetar a cultura de Angical.

Mureco

Fundador da Lira angicalense eprefeito em vários mandatos, Durvalmerindo também foi construtor de obras fundamentais em Angical, como a torre da Igreja matriz de Senhora Sant’ana, farmacêutico e também manipulador de fórmulas, aprendeu em Barreiras a  confeccionar  fogos de artifício que eram usados nas festas do município.

Para rever a entrevista acesse o link de nosso site ou no canal do Youtube: Programa Encontro Marcado.

https://jornalgazetadooeste.com.br/videos/entrevista-com-neto-coite-maestro-da-filarmonica-lira-angicalense-bloco-03/


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