O ativismo político põe em divida a credibilidade das instituições

Jayme Modesto

Gazeta do Oeste

É do conhecimento de todos que o Brasil vem experimentando uma ampla e profunda crise política e ideológica, em parte motivada por disputa de poder e pondo em risco a nossa jovem democracia. Nas três esferas de instâncias dos poderes, ainda vemos como maioria agentes públicos que pouco refletem a realidade do país e os interesses da sociedade.

Um exemplo disso é a atual formação do Congresso Nacional, Câmara, Senado Federal e STF. As características mais frequentes destes representantes, como deputados, senadores e ministros da Suprema Corte, são figuras predominantemente na faixa dos 50 a 76 anos, com formação superior, empresários e donos de grandes de patrimônios

É incontestável a postura e atitude antagônica desses senhores de cabelos brancos, muitos nem cabelos tem, o que põe em dúvida a credibilidade e legitimidade das instituições que os mesmos representam como agentes públicos do interesse coletivo, em corresponder efetivamente às demandas da sociedade.

Para além dos aspectos da representatividade, precisamos urgentemente repensar e agir diante do que está acontecendo com as nossas instituições.

É natural da democracia a divergência de pensamentos entre dirigentes e pessoas. A construção política representa uma constante rotina de discussão de ideias e diálogos com o outro. Mas num cenário de polarização radical, a tendência é que não exista espaço para o diálogo e a tolerância. As divergências estão se tornando hostis entres os poderes da República; disso não temos dúvidas.

Estamos desenvolvendo um sentimento de raiva e pânico. Muitas vezes, basta o outro ter um pensamento diferente para ser considerado inimigo. Num cenário de total intolerância, a reação do eleitor não é racional. Ela é movida pelo afeto e paixão. Essa intensidade emocional pode virar uma “paixão cega” e prejudicar o verdadeiro debate político.

E ai cabe a nós uma reflexão, a Suprema Corte do país que constitucionalmente é um poder moderador e guardião da Constituição, não vem cumprido com o seu papel, o STF passou a ser uma fonte inesgotável de insegurança nacional. O Ativismo judicial nos limites entre a racionalidade jurídica e decisão política, passou a ser uma regra e não mais uma exceção, uma verdadeira inversão de valores.

 


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