Prainha, ‘o balneário invisível’

Edivaldo Costa

 

Barreiras é assim! Prendada, agraciada pela natureza sob vários aspectos. São rios, cachoeiras e tantos outros pontos de lazer.

Claro! Nem todos são tão acessíveis assim à população de baixa renda. O Rio de Ondas com seu balneário mais famoso – Três Bocas tem transporte limitado (já foi pior); as cachoeiras, Acaba Vida e Redondo, têm acesso ainda mais complicado.

Na gestão 1993-1996, o ex-prefeito de Barreiras, Dr. Saulo Pedrosa, idealizou e executou o polêmico projeto do Balneário Baía de Guanabara na ferradura do Parque de Exposições Engenheiro Geraldo Rocha, que visava oferecer para a população uma área de lazer em pleno centro da cidade.

O projeto sofreu críticas por parte daqueles que consideravam a intervenção na APP (área de preservação permanente) inadequada, bem como dos que consideravam a área imprópria para o banho, dada a precipitação do esgoto da cidade no Rio Grande, o que culminou com o embargo da obra pelo IBAMA, após o projeto ter sido amplamente executado.

Eis que sem ter havido intervenção do poder público, poucos quilômetros rio acima do porto de São João das Barreiras (já no Rio de Ondas) surge um balneário de usufruto popular que é famoso no Brasil, mais que ainda permanece invisível ao poder público municipal.

Explico: com a implantação da Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB em Barreiras, e havendo sua Reitoria se instalado nas dependências do antigo Colégio Padre Vieira, seu Campus de atividades acadêmicas foi erguido em localização próxima ao ponto de banho denominado Prainha, logo após cruzar a ponte sobre o Rio de Ondas.

O Campus Reitor Edgard Santos de Barreiras é também identificado como “Prainha” em textos diversos que fazem referência ao Campus, na imprensa local, regional e nacional, o que confere visibilidade nacional do ‘invisível Balneário da Prainha’.

Estive visitando o balneário em setembro de 2016, e me banhei em suas águas.  Retornei com o mesmo intento em dezembro de 2016 e no último sábado, 07 de janeiro, sem ter identificado intervenção de qualquer natureza por parte do poder público, naquele espaço de lazer popular.

A exceção à regra por nós identificada foi a presença dos Bombeiros, que por decisão do atual comandante em Barreiras – Major Bombeiro Militar Lusquinhos (que merece destaque e cumprimentos), designou prepostos da corporação para atuarem como guarda-vidas. No último sábado então, estavam ali a postos para garantir a segurança dos banhistas o Cabo Bombeiro Militar Givaldo, o Soldado Bombeiro Militar Sarmento e a Soldado Bombeiro Militar Terra.

Sem prejuízo a um projeto macro, atinente aos critérios ambientais cabíveis, o balneário precisa com premência de: adequações no acesso, delimitação da área de atuação dos ambulantes, melhor estrutura para os mesmos exercerem suas atividades, instalação de lixeiras, banheiros químicos, orientação para o tráfego e estacionamentos dos veículos, sinalização e orientações quanto a preservação da área e do meio ambiente, entre outras melhorias.

Em que pese nas ultimas três visitas que fiz ao balneário não ter notado qualquer ocorrência indesejada, considero imprescindível a presença da guarda civil aos nos finais de semana, bem como da polícia militar. É coerente considerar que onde há grandes aglomerações de pessoas, é necessário algum aparato de segurança.

Considero ainda importante o olhar de colaboração da universidade federal, no sentido de buscar parceria com o poder público e sugerir oportunas intervenções alicerçadas nos imprescindíveis cuidados ambientais, para que o usufruto da área pela população não conflite com a preservação da mesma.


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