BARREIRAS: DPE/BA garante cirurgia de coluna de alta complexidade para beneficiário

Paciente corria risco de ficar paraplégico caso não realizasse com urgência o procedimento cirúrgico

Lucas Fernandes – DRT/BA 4922

“Eu estava praticamente aleijado, porque as dores que eu sentia eram muito fortes, tenho muito a agradecer à Defensoria. Foi um verdadeiro renascimento”, exclamou Adriano Magalhães, que com o auxílio da Defensoria Pública da Bahia pôde realizar duas cirurgias para tratar um problema grave na coluna: espondilodiscite lombar tuberculosa.

Se o nome da doença é complicado, os sintomas não são diferentes. As dores lombares de Adriano não passavam com analgésicos comuns e limitavam muito a sua movimentação. A internação no Hospital Eurico Dutra, de Barreiras, era rotina. Com apenas 33 anos, incapaz de realizar atividades comuns do dia a dia, ele contava com a ajuda de sua companheira para vestir a própria roupa, calçar os sapatos e tomar banho.

O laudo médico indicava um “colapso de vértebras lombares com comprometimento severo do canal vertebral”, mostrando a degeneração da coluna e o risco iminente de paralisia. Embora o paciente já houvesse realizado três cirurgias para drenagem dos abcessos na lombar, não houve melhoras dos sintomas. Foi preciso mais dois procedimentos cirúrgicos na coluna para que Adriano pudesse ter uma melhora, dessa vez no Hospital Santa Luzia – hospital particular especializado em cirurgias desse tipo –, em Brasília.

A atuação da Defensoria foi fundamental para que o assistido conseguisse a vaga e a verba para a realização das duas cirurgias em Brasília, que foram realizadas na primeira e na segunda semana de novembro. Adriano já está em casa, em Barreiras, recupera-se bem e já começa a se sentir um novo homem.

Atuação da Defensoria

O Núcleo Regional da Defensoria em Barreiras havia conseguido liminar em julho, após ação da defensora Paloma Macêdo Galvão, determinando o bloqueio de R$ 187 mil das contas do Estado da Bahia e do Município para viabilizar as cirurgias de Adriano.

No primeiro momento os entes públicos não cumpriram a decisão judicial, mas com a atuação intensiva da Defensoria, que viabilizou a realização dos procedimentos buscando orçamentos em hospitais particulares e articulando no âmbito administrativo com profissionais de saúde, foi possível a realização da cirurgia na primeira semana de novembro.

Durante a operação do paciente os cirurgiões constataram a necessidade da realização urgente de uma segunda cirurgia e para evitar a perda de movimentos dos membros inferiores de Adriano, o Núcleo Regional da Defensoria em Barreiras cobrou do judiciário, no bojo do processo anterior, a tutela de urgência.

“O caso demandou uma atuação rápida da Defensoria, já que somente a realização de uma cirurgia de extrema complexidade e de altíssimo custo seria capaz de impedir a paraplegia do assistido. Apenas peticionar e aguardar a decisão não seria o suficiente”, comentou Karine Egypto, uma das defensoras públicas que atuaram no caso.

Segundo ela, foi necessária uma postura proativa junto ao juízo para explicar a gravidade da situação e a necessidade de uma decisão imediata – conseguida poucas horas após a petição, durante o plantão judiciário do feriado da Proclamação da República. A segunda cirurgia foi feita com sucesso logo após o 15 de novembro.

De acordo com o assessor jurídico da Defensoria em Barreiras Ricardo Pereira dos Santos, Adriano e a esposa realizaram uma visita na última sexta-feira (23) para agradecer o trabalho da DPE. “Com enorme alegria recebemos Adriano recuperado nas dependências da instituição, enchendo-nos de lágrimas e, sobretudo, orgulho de fazer parte da Defensoria Pública e poder contribuir para fazer a diferença na vida do outro”, declarou Ricardo.

“Ficamos muito felizes por termos logrado êxito. Ver Adriano caminhando, sem dores, foi, sem dúvida, uma vitória para esta instituição”, comemorou a defensora pública Karine Egypto.


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